Lisboa é a 10ª cidade europeia mais atrativa para o investimento imobiliário em 2021, revela o relatório EMEA Investor Intentions Survey 2021, agora divulgado pela CBRE.
A lista é encabeçada por Londres, apesar do Brexit, seguida por Berlim, Frankfurt, Paris e Amesterdão, que completam o top 5, seguidas por Munique, Hamburgo, Zurique e Varsóvia, em 9º lugar. Com 4 cidades no top 10 das preferidas dos investidores, a CBRE Acredita que a Alemanha deverá liderar a recuperação do investimento na Europa.
Atualmente, segundo este relatório, cerca de 60% dos investidores europeus planeia investir mais em imobiliário este ano do que no ano passado. Quase 75% indicaram ter a intenção de comprar 10% ou mais este ano, face ao ano passado, ainda que a diferença seja evidente nos vários países. No Reino Unido, mais de 80% quer investir mais capital este ano.
"Em Portugal o investimento em imobiliário comercial arrancou timidamente em 2021 devido ao confinamento geral a que o país ficou sujeito, incluindo restrições relativamente a viagens e realização de visitas a imóveis, refletindo-se num forte abrandamento da atividade de investimento durante os três primeiros meses do ano. A CBRE registou um investimento na ordem dos 200 milhões de euros, que representa cerca de 40% acima do observado no segundo trimestre de 2020, aquando do primeiro grande confinamento, mas 50% abaixo do trimestre anterior", refere Cristina Arouca, Diretora da área de Research da CBRE Portugal.
Nuno Nunes, diretor de Capital Markets da CBRE Portugal, explica que continua a haver um elevado interesse pelo mercado imobiliário português e, com o gradual desconfinamento do país e um plano de vacinação a avançar, espera-se um segundo semestre bastante dinâmico. "Portugal está perfeitamente dentro do radar da comunidade internacional de investimento e, a nível nacional, prevemos evoluções muito positivas na capacidade de investimento dos players locais. Existem atualmente mais de 2.400 milhões de euros de ativos em comercialização ou com processos em curso para serem lançados a mercado em breve, levando-nos a antecipar um volume de investimento para o ano de aproximadamente 2.600 milhões de euros. Sendo um montante ligeiramente abaixo do observado no ano passado (de 2.900 milhões de euros), é ainda bastante relevante para o mercado nacional".
Escritórios resistem ao teletrabalho, e são a classe de ativos preferida
Apesar da generalização do teletrabalho que a pandemia trouxe, os escritórios continuam a ser a classe de ativos favorita dos investidores europeus.
Segundo este estudo, 35% dos inquiridos indicaram que a área dos escritórios é a que preferem dentro do setor imobiliário, e mostraram um sentimento positivo de mercado face ao futuro destes ativos, nomeadamente os de maior qualidade (Classe A).
No topo das preferências, segue-se a habitação, com 24% das intenções de investimento, seguida pelo setor industrial e logístico, com 22%. É nestes setores que os preços deverão mostrar maior resiliência, por oposição à hotelaria, ao retalho, ou aos escritórios de qualidade inferior.
As preferências dos investidores vão recair sobre estratégias core e core plus, apontadas por mais de 50% dos inquiridos.
Além disso, os investidores demonstraram um maior foco na adoção de estratégias de sustentabilidade (ESG - Environmental, Social and Governance), com dois terços a indicarem que já adotaram os critérios ESG nas suas práticas de investimento. As empresas sediadas no Reino Unido são as mais atentas a este tema, com 89% dos inquiridos a revelar que já adotaram estratégias ESG.