Lisboa sobe no ranking das cidades mais atrativas para o investimento imobiliário

22/02/2023
Lisboa sobe no ranking das cidades mais atrativas para o investimento imobiliário
“Lisboa parece contrariar a tendência da maior parte dos mercados, com uma procura fortemente internacional”

Lisboa sobe em 2023 cinco lugares no ranking das cidades mais atrativas para investir em imobiliário na Europa, passando da 16ª para a 11ª posição, de acordo com a 20ª edição do relatório “Emerging Trends in Real Estate: Europe 2023”, desenvolvido pela PwC e pelo Urban Land Institute.

Lisboa foi mesmo a cidade que mais posições subiu face a 2022. A posição da capital confirma assim que, apesar da instabilidade, Portugal continua a atrair as atenções dos investidores internacionais. O ranking em causa é liderado por Londres, em primeiro lugar, a cidade europeia mais atrativa para investir em imobiliário em 2023, tal como no ano passado. Paris surge em 2º (sobe 1 lugar), Berlim em 3º (sobe 1 lugar), Madrid em 4º (uma subida de 2 lugares) e Munique em 5º (tal como em 2022). Copenhaga destaca-se também com uma subida de 4 posições para o 14º lugar no top 20. Zurique desce 3 lugares, para o 17º, e Frankfurt também “tomba” do 4º para o 7º lugar.

O relatório refere que “Lisboa parece contrariar a tendência da maior parte dos mercados, com uma procura fortemente internacional”, onde o mercado residencial “é estrela do momento, atraindo compradores de todo o mundo”, segundo um dos inquiridos citados.

“A rutura dos padrões de vida que acompanhou a pandemia modificou a função das cidades e a procura. Neste ambiente em evolução, a conectividade dos transportes nacionais e internacionais também é vista como uma influência fundamental, sendo particularmente relevante para as cidades que subiram no ranking este ano, nomeadamente Paris, Madrid, Lisboa e Copenhaga”, pode ainda ler-se.

Segundo este relatório, 2023 afigura-se um ano de incertezas para os investidores, nomeadamente devido à inflação, ao aumento das taxas de juro, à guerra na Ucrânia ou à crise energética. As preocupações com a instabilidade política e económica substituem as relacionadas com a pandemia, de anos anteriores. Assim, serão prioridades os investimentos estáveis de longo prazo e um novo foco na forma como a indústria faz negócios. 91% dos inquiridos afirma que a inflação será a principal preocupação para o seu negócio em 2023. A instabilidade da política internacional é apontada por 79%.

Na Europa, é de esperar que os preços do mercado residencial continuem em alta, dada a falta de produto generalizada, um mercado visto como mais estável do que o setor comercial. Setores mais especializados, como as residências de estudantes ou sénior, estão a captar as atenções do investimento.

Destaque também para a sustentabilidade. 93% dos inquiridos destacam que os critérios de ESG (Environment, Social, Governance) serão o principal fator da transformação organizacional e decisivos para o seu negócio, e alguns testemunhos referem mesmo que “nenhuma discussão entre colegas do imobiliário passa sem falar no ESG e na descarbonização”. A preocupação é transversal, desde a construção, às finanças, à operação.