Lisboa sobe em 2023 cinco lugares no ranking das cidades mais atrativas para investir em imobiliário na Europa, passando da 16ª para a 11ª posição, de acordo com a 20ª edição do relatório “Emerging Trends in Real Estate: Europe 2023”, desenvolvido pela PwC e pelo Urban Land Institute.
Lisboa foi mesmo a cidade que mais posições subiu face a 2022. A posição da capital confirma assim que, apesar da instabilidade, Portugal continua a atrair as atenções dos investidores internacionais. O ranking em causa é liderado por Londres, em primeiro lugar, a cidade europeia mais atrativa para investir em imobiliário em 2023, tal como no ano passado. Paris surge em 2º (sobe 1 lugar), Berlim em 3º (sobe 1 lugar), Madrid em 4º (uma subida de 2 lugares) e Munique em 5º (tal como em 2022). Copenhaga destaca-se também com uma subida de 4 posições para o 14º lugar no top 20. Zurique desce 3 lugares, para o 17º, e Frankfurt também “tomba” do 4º para o 7º lugar.
O relatório refere que “Lisboa parece contrariar a tendência da maior parte dos mercados, com uma procura fortemente internacional”, onde o mercado residencial “é estrela do momento, atraindo compradores de todo o mundo”, segundo um dos inquiridos citados.
“A rutura dos padrões de vida que acompanhou a pandemia modificou a função das cidades e a procura. Neste ambiente em evolução, a conectividade dos transportes nacionais e internacionais também é vista como uma influência fundamental, sendo particularmente relevante para as cidades que subiram no ranking este ano, nomeadamente Paris, Madrid, Lisboa e Copenhaga”, pode ainda ler-se.
Segundo este relatório, 2023 afigura-se um ano de incertezas para os investidores, nomeadamente devido à inflação, ao aumento das taxas de juro, à guerra na Ucrânia ou à crise energética. As preocupações com a instabilidade política e económica substituem as relacionadas com a pandemia, de anos anteriores. Assim, serão prioridades os investimentos estáveis de longo prazo e um novo foco na forma como a indústria faz negócios. 91% dos inquiridos afirma que a inflação será a principal preocupação para o seu negócio em 2023. A instabilidade da política internacional é apontada por 79%.
Na Europa, é de esperar que os preços do mercado residencial continuem em alta, dada a falta de produto generalizada, um mercado visto como mais estável do que o setor comercial. Setores mais especializados, como as residências de estudantes ou sénior, estão a captar as atenções do investimento.
Destaque também para a sustentabilidade. 93% dos inquiridos destacam que os critérios de ESG (Environment, Social, Governance) serão o principal fator da transformação organizacional e decisivos para o seu negócio, e alguns testemunhos referem mesmo que “nenhuma discussão entre colegas do imobiliário passa sem falar no ESG e na descarbonização”. A preocupação é transversal, desde a construção, às finanças, à operação.