O volume de investimento imobiliário feito na Europa desceu nos primeiros três meses do ano, consequência da pandemia, num total de 52.700 milhões de euros, menos 42% face a igual período de 2020, e menos 18% face à média dos últimos cinco anos, apesar de o volume investido ter sido historicamente alto no primeiro trimestre do ano passado.
É o que mostra um estudo recente da consultora Savills, que abrangeu 19 mercados europeus, e que mostra que a impossibilidade de visitar os ativos, devido às restrições na circulação ou as imposições de quarentena, foi uma das principais causas desta quebra.
O relatório mostra que a Alemanha registou o maior nível de captação de investimento, representando 30% do total, apesar de uma descida de 47% no volume investido. Segue-se o Reino Unido, com 25% do total e uma descida de 34% face a 2020.
A quebra foi mais fortemente sentida nos mercados mais pequenos e dependentes de capital estrangeiro, como Portugal, com descidas superiores a 80% face a igual trimestre de 2020.
Nestes três meses, os EUA foram a principal fonte de capital de investimento imobiliário na Europa, representando 40% do total investido no Velho Continente. O investimento proveniente de fora da Europa somou os 57%, apenas menos 2% que em 2020.
Pela primeira vez desde 2015, o investimento no segmento dos escritórios desceu de 35% do total para 27%. Também o retalho passou para os 9%, ficando, pela primeira vez, abaixo dos 10% de representatividade.
Mas, pelo contrário, a logística passou a representar 44% do total investido, fruto do crescimento do e-commerce durante os períodos de confinamento. A Savills prevê que, até 2025, sejam necessários mais 1,7 milhões de metros quadrados de espaços de armazenamento adicional devido ao crescimento do e-commerce.