Loulé vai ter novo empreendimento com 80 habitações acessíveis

17/01/2024
Loulé vai ter novo empreendimento com 80 habitações acessíveis
1ª fase do BeLiving Loulé

Está a ser construído na cidade de Loulé, na zona de Vale de Rãs, um novo projeto de habitação acessível, o BeLiving, promovido pela GFH. Enquadrado no regime de Habitação a Custos Controlados, o investimento ronda os 13 milhões de euros.

O primeiro edifício do BeLiving de Loulé vai ter um total de 80 apartamentos de tipologias T1 a T3, sala comum de convívio, parqueamento coberto para bicicletas ou espaço exterior com jardim e horta comunitária, numa área bruta de construção total de 8.800 metros quadrados. O projeto de arquitetura é assinado por Armando Rui, do gabinete Nuclarq.

Este empreendimento caracteriza-se pelo design inteligente que maximiza o espaço habitacional, com ambientes abertos e fluidos, e pela ênfase na experiência do utilizador. O que resulta “em espaços acolhedores que se adaptam ao estilo de vida moderno”, refere João Moreira, administrador da GFH, em entrevista ao Público Imobiliário.

Este é um projeto com certificação LiderA, o que significa que foram adotadas soluções de eficiência energética que permitem garantir a meta Nzeb20, critério que obriga a que as necessidades de energia primária dos edifícios sejam 20% inferiores ao padrão Nzeb (que por si só já obriga a uma certificação energética de classe A). Foram adotadas soluções como a caixilharia de corte térmico com vidro triplo e proteção solar, ou soluções de ar condicionado e aquecimento de águas sanitárias através de energia solar.

Em construção, esta primeira fase do BeLiving Loulé deverá estar concluída no terceiro trimestre de 2025. A segunda fase terá 49 apartamentos, e a sua construção deverá arrancar ainda no primeiro semestre deste ano.

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O conceito BeLiving

Desenvolvido pela GFH, o conceito da marca BeLiving pauta-se pela habitação acessível de design minimalista e evolutivo, a pensar na experiência de utilização, voltada para um futuro mais sustentável e conectado.

João Moreira explica que “na GFH, a habitação acessível ocupa um lugar de destaque”, reforçado com esta nova marca. Com este conceito, o grupo quer criar um novo paradigma na forma de habitar e conviver com os espaços, que seja mais comunitária e sustentável, e que responda às necessidades de habitação da classe média. A eficiência no processo de conceção da habitação é pensada desde a fase de projeto à execução, de forma a garantir um ciclo de vida do produto que respeita a economia circular.

Os produtos BeLiving são construídos de forma modular, um processo mais otimizado que o tradicional, e têm layouts em open space para maximizar as zonas habitáveis, com design simples e a pensar na praticidade da utilização. A casa é pensada como um começo, e não como um fim.

Ao nível da sustentabilidade, pretende-se garantir a certificação ambiental de todos os projetos, promover a criação de comunidades energéticas, instalação de smart meters e redutores para regulação dos consumos de energia e de água, utilização de materiais naturais ou integração de soluções de mobilidade suave.

A vida em comum é outro ponto essencial. Por isso, pretendemos criar zonas de lounge, convívio e de coworking para a comunidade BeLiving, hortas biológicas nos espaços comuns, e incentivo da forte relação com a comunidade local.

Tudo isto apostando em soluções de conectividade, associação a marcas jovens e disruptivas nas áreas do streaming e dos dispositivos de smart home, ou numa aplicação exclusiva da comunidade BeLiving.

2ª fase do BeLiving Loulé
2ª fase do BeLiving Loulé

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Uma “viragem no mercado habitacional” 

O projeto BeLiving de Loulé é criado de acordo com o regime de Habitação a Custos Controlados. João Moreira explica ao Público Imobiliário que este conceito “pretende marcar uma viragem no mercado habitacional, com uma nova oferta habitacional a preços acessíveis”. E acredita que “urge atualizar o parque habitacional do nosso país” de acordo com as novas necessidades de mobilidade, área, materiais ou consumo energético. “Pretendemos moldar o futuro do mercado habitacional, proporcionando não apenas residências, mas um estilo de vida que reflete a excelência em cada detalhe”.

É sabido que criar habitação acessível é um desafio em Portugal, e a promotora concorda que “só é possível estar presente neste mercado de habitação acessível com uma estrutura profissional otimizada. A fórmula está na inovação e criatividade que a GFH coloca em todos os seus projetos, através das nossas equipas”.

“Estes projetos de habitação acessível são sempre um grande desafio ao nível da otimização de custos e na procura de novas soluções. Nunca descurando a qualidade! Somos exigentes com a qualidade dos nossos projetos, seja de habitação acessível até à habitação de luxo”, garante João Moreira. Assim, aposta “cada vez mais na industrialização do processo construtivo, em parceria com a Ferreira Build Power”.

“A GFH quer sempre fazer parte da solução. Ao promovermos estes projetos de habitação, sabemos que estamos a também a contribuir para um Portugal melhor, mais igualitário e mais sustentável”, refere ainda o responsável.

Por se tratar de habitação acessível, estas habitações serão vendidas aos clientes finais exclusivamente para primeira habitação, e de acordo com os preços definidos pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana neste âmbito.

Millennium bcp “acreditou desde o primeiro momento” 

João Moreira recorda nesta entrevista que um dos principais desafios deste projeto foi “a compatibilização dos parâmetros urbanísticos de loteamentos antigos com as exigências atuais do setor e do mercado”. Assim como a “compatibilização do orçamento disponível para a construção com o projeto técnico e as exigências normativas exigentes, num cenário macroeconómico inflacionista”, o que se tornou “por demais evidente na habitação acessível”.

O Millennium bcp apoia este projeto. João Moreira afirma que “mais uma vez, o banco está ao nosso lado, desta vez no apoio aos primeiros projetos de habitação acessível. Para a GFH e para o Millennium bcp, é bom promover projetos que a nossa sociedade tanto necessita. Somos pioneiros por isso! E demonstramos ao mercado que é possível”.


Habitação a Custos Controlados 

O regime de Habitação a Custos Controlados (HCC) prevê a construção ou aquisição de habitação com o apoio financeiro do Estado, que concede benefícios fiscais e financeiros para a sua promoção.

Estes fogos destinam-se a habitação própria e permanente dos adquirentes ou arrendatários. Podem ser vendidos para habitação própria e permanente, para arrendamento em regime de renda condicionada ou para venda a municípios ou IPSS em regime de renda apoiada.

Estas construções devem ser de qualidade e obedecer aos limites de área bruta, custos de construção e preço de venda fixados na Portaria n.º 65/2019, de 19 de fevereiro, na redação dada pela Declaração de Retificação n.º 19/2019, de 17 de abril e pela Portaria n.º 281/2021, de 3 de dezembro.

Podem promover habitação a custos controlados autarquias, instituições particulares de solidariedade social, cooperativas de habitação, ou empresas privadas. Estes promotores têm acesso a diversas linhas especiais de crédito, que abrangem as várias vertentes do circuito da promoção habitacional, desde a aquisição e infraestrutura de solos, à construção dos empreendimentos e do equipamento social.

Os montantes máximos deste financiamento podem atingir os 80% do valor de venda das habitações, com uma taxa de juro bonificado até 1/3 da taxa de referência para o cálculo das bonificações, ou taxa contratual, se for menor.

Se estes fogos forem vendidos para habitação própria e permanente, são intransmissíveis por 5 anos. O regime de renda condicionada também se mantém por 5 anos nos fogos arrendados.