O BaZe - Balanço Zero de Carbono é, precisamente, um projeto de experimentação, orientado por um programa de ações e medidas que estão integrados no conceito de laboratório vivo - Living Lab Maia, que permite a aplicação, demonstração, apreciação e apropriação de soluções integradas e transversais que promovem a descarbonização do território.
O projeto é financiado pelo Fundo Ambiental que o classificou na segunda posição entre as 12 cidades portuguesas cujas candidaturas se qualificaram para garantir esse importante apoio. E tendo em conta a premissa da sensibilização, partilha e envolvimento da comunidade, o BaZe conta com cerca de três dezenas de parceiros institucionais e empresariais.
O ambicioso plano de implementação do Living Lab Maia: Net Zero Carbon City inclui iniciativas tangíveis e intangíveis, de caráter inovador, disruptivo e com impacto na descarbonização do espaço urbano. A proposta é marcadamente multissectorial e multidisciplinar, abrangendo todas as áreas com impacto positivo na transição do paradigma de urbanidade em curso na Maia, nomeadamente a Energia, Economia Circular e Ambiente, Mobilidade e de uma forma transversal a cidadania.
A este propósito, foram realizadas várias alterações em edifícios e parques para que a cidade se tornasse ambientalmente mais eficiente. A título de exemplo, pode apontar-se a rega monitorizada no espaço verde do Parque Central, as passadeiras inteligentes, a diminuição do consumo de energia no parque de estacionamento subterrâneo do centro da cidade, o E-HUB para carregamento de 10 veículos elétricos, o BaZe-Oficina – laboratório de fabricação digital e a cobertura verde no Fórum da Maia.
O projeto da Cobertura Verde do Fórum da Maia foi uma forma de apresentar à comunidade uma solução de cobertura de edifícios com base na Natureza, demonstrando na prática os inúmeros benefícios ambientais, financeiros e sociais que estas soluções representam, nomeadamente a capacidade de retenção de água da chuva, minorando problemas de cheias e inundações em picos de precipitação. A melhoria do microclima e consequente redução do efeito de ilha de calor é outra das mais valias, bem como a melhoria da qualidade do ar, através da captação de CO2 e produção de oxigénio, bem como através da retenção de poeiras e partículas em suspensão no ar. Permitiu também diminuir o ruído, promover a biodiversidade e reduzir os custos energéticos com o isolamento térmico que confere aos edifícios.
A experiência foi realizada no Fórum da Maia, mas a ideia será replicar esta solução noutros espaços e noutras latitudes do território concelhio.
Ainda no âmbito do BaZe, no interior do estacionamento subterrâneo Parque Central foram substituídas cerca de 478 armaduras equipadas com lâmpadas fluorescentes por 478 armaduras equipadas com lâmpadas LED, que permitiu uma redução estimada de consumo de energia superior a 60%.
Também ao nível da Iluminação Pública, e em articulação com o Plano de Substituição de luminárias da EDP Distribuição o município, até ao final de 2021 substituiu cerca de 10381 luminárias e também aqui registou uma redução no consumo de 40%.
Mas a Maia traçou como objetivo ser a primeira cidade do país a atingir a neutralidade carbónica. E nesse sentido, neste ano de 2022 deu mais um passo, com a reconversão da frota automóvel. Possui viaturas ambientalmente mais eficientes, a energia elétrica e híbridas plug-in, que contribuem para uma mobilidade mais ecológica e sustentável, com reduzidas ou nulas emissões de CO2, em linha com a visão estratégica do Município para a sustentabilidade integral do território, que na sua dimensão ambiental, elege como desígnio coletivo da comunidade ser o primeiro território português a atingir a neutralidade carbónica.
O BaZe foi, porventura, um dos mais ambiciosos, desafiantes e exigentes projetos na área do ambiente e sustentabilidade, sobretudo porque convoca, além do Município da Maia, vários parceiros institucionais e privados, sobretudo a cidadania que, aderiu de forma muito entusiástica e comprometida às várias iniciativas que lhe foram dirigidas.
Agora, encerrado o BaZe, o desafio é continuar este caminho rumo à sustentabilidade integral, que na Maia se iniciou há 30 anos.
