Mais de 300 profissionais do imobiliário presentes na COPIP 2025

02/07/2025
Mais de 300 profissionais do imobiliário presentes na COPIP 2025
A COPIP decorreu a 26 de junho no Montes Claros - Tazte Secret Spot

A Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII) e a Vida Imobiliária organizaram a 26 de junho a sexta edição da Conferência da Promoção Imobiliária em Portugal – COPIP, um dia intenso de conferências no qual participaram cerca de 360 profissionais do setor imobiliário

A habitação foi um dos temas principais desta conferência, e Patrícia Gonçalves Costa, secretária de Estado da Habitação, fez a abertura oficial do evento, defendendo que responder à crise de acesso à habitação passa por garantir parcerias entre os setores público e privado, uma estratégia sustentável e orientada para produzir em escala. “O caminho tem de ser coletivo: privado, público e cooperativo, com respeito à especificidade de cada um, de modo a fazermos uma política pública de habitação que seja perene”. 

Patrícia Gonçalves Costa referiu que “o setor privado é de facto chamado com a competência que tem, com o conhecimento e com um lugar muito próximo da inovação, a ajudar a construir parte da política de habitação”. A secretária de Estado apontou a necessidade de “nos revisitarmos naquilo que são as lógicas da construção de habitação, no próprio desenho do que é habitar”, acrescentando que “a inovação e a tecnologia devem ser variáveis dessa equação, para darmos um salto qualitativo em todos os instrumentos que temos ao nosso dispor”. É necessário construir habitação para a classe média, garantir acessibilidade das rendas e viabilidade financeira dos investimentos, um equilíbrio que “tem de ser garantido por uma resposta coletiva”. A governante garantiu o lançamento de parcerias público-privadas para criação de habitação acessível, num total de 6.800 casas, consciente de que, mesmo assim, “não resolvemos o problema que temos em mãos”. Defende a criação de “uma estrutura financeiramente sustentável” que permita continuar a dar resposta. “Além das PPPs, é necessário criar condições para que haja investimento privado exclusivamente dedicado ao ‘affordable housing’”. Reconhecendo a instabilidade global, deixou claro na sua intervenção que é este o momento de “estruturar uma política pública para os próximos 20 anos”.  

Patrícia Gonçalves Costa, secretária de Estado da Habitação
Patrícia Gonçalves Costa, secretária de Estado da Habitação

Na ocasião, Hugo Santos Ferreira, presidente da APPII, destacou a função social do imobiliário: “somos nós que construímos as cidades, as casas onde vivemos, os escritórios onde trabalhamos. Este setor é uma alavanca social, e por detrás de cada projeto há muito mais do que betão. O que fazemos é essencial para o bem comum, e passa por dar resposta a uma habitação digna para todos. Juntos, temos o dever e a capacidade de transformar Portugal num exemplo. A resposta à crise da habitação exige uma visão de longo prazo. Vale a pena construir não só edifícios, mas o futuro”. 

O contexto macroeconómico e geopolítico e o seu impacto no setor foram o principal mote da conferência este ano.  Num mundo em “estado de guerra”, os especialistas concordam que esta não chegará a vias de facto, pois as grandes potências mundiais não têm capacidade para tal. Mas esta parece ser uma década para estabelecer novos equilíbrios, e o maior desafio da Europa parece ser assegurar a dissuasão nuclear. Há uma crescente polarização, mais necessidade de cooperação, e novas tecnologias que alteram as cidades, mas o grande risco é o da inação pela incerteza. Os investidores imobiliários terão de aprender a “navegar” com outras variáveis, e com confiança. 

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