Mais divisões e espaço exterior é a tendência na compra de moradias

14/07/2021
Mais divisões e espaço exterior é a tendência na compra de moradias

A pandemia e os confinamentos impulsionaram transformações em quase todos os setores de atividade económica um pouco por todo o mundo, originando novos paradigmas de consumo e operação ou reforçando mudanças que já estavam em curso. O novo estudo Impacts 2021 da consultora Savills, que analisa a evolução do mercado imobiliário mundial durante o último ano e antevê as principais tendências para 2022, prevê que esse ano deverá ficar marcado pelo regresso dos mercados imobiliários em todo o mundo aos níveis de performance pré-pandemia, quer em termos de arrendamento, quer de investimento. Estima-se que o segmento de escritórios seja a principal força-motriz por detrás da recuperação do setor, e que, a nível global, as empresas tecnológicas sejam os principais responsáveis pelo fortalecimento deste segmento imobiliário, designadamente através do arrendamento.

Durante os próximos cinco anos, segundo este estudo, será possível observar a multiplicação de modelos de trabalho repartidos entre o escritório e a residência do trabalhador.

Esta tendência do teletrabalho veio impulsionar novas necessidades em termos residenciais. Durante a pandemia, o setor residencial manteve-se relativamente estável, fruto de sólidos fundamentos, comparativamente a outros segmentos. Considerando as incertezas que ainda persistem acerca do futuro e as dificuldades financeiras sofridas por muitas pessoas, a Savills prevê que o arrendamento venha a conquistar cada vez mais terreno à compra, estabelecendo-se um novo padrão de consumo. Assim, deverá esperar-se que o arrendamento se afirme cada vez mais como uma tendência, e também como uma necessidade, principalmente para as camadas mais jovens da população.

Ainda no mercado residencial, tem-se vindo a observar uma contração das yields, demonstrando um grande apetite dos investidores por ativos como unidades multifamiliares, alojamento para estudantes e residências sénior. Lisboa regista uma das mais elevadas yields do mercado europeu de alojamento estudantil, atingindo os 4,5 por cento no primeiro trimestre do ano.

A consultora defende que o mercado residencial tem vindo a ajustar-se à nova realidade e ao facto de cada vez mais as pessoas procurarem imóveis com espaço dedicado a trabalho remoto e área exterior. Esta procura não é exclusiva dos grandes centros urbanos, mas também em zonas periféricas onde existe uma melhor relação entre a dimensão e o preço.

Aliás, segundo os especialistas, o mercado português tem tido muita procura por investidores internacionais para produto multifamily, principalmente devido à escassez de apartamentos para arrendamento de longa duração. Existe a oportunidade e o mercado está a responder positivamente com investimento. Conceitos como senior living e alojamento para estudantes estão a ganhar maior tração, alinhados com mercados internacionais mais maduros.

Mais divisões e espaço exterior

Se analisarmos os vários estudos que têm sido feitos e comunicados, concluímos que tem havido, efetivamente, uma alteração na procura de imóveis em Portugal. O confinamento e o facto de as pessoas terem ficado fechadas em casa contribuiu para que o desejo de estarem ao ar livre, e mais seguras, tivesse aumentado.

Argumentos como mais divisões, mais espaço interior e ar livre ou espaço exterior têm dado força à motivação das pessoas, das famílias transformando os seus desejos em ordens, em ação real culminando no aumento do peso das transações de moradias no total das operações com imóveis.

Esta evidência pode ser cruzada com a informação de que os preços das casas não desceram desde 2019 tal como poderia ter-se esperado, dados os constrangimentos que ainda atravessamos. Segundo o Millennium bcp, e apesar de ter sido a um ritmo mais lento do que vínhamos a observar, essa tendência deverá ser comparada também com o número de casas em venda a preços abaixo dos 100 mim euros. Aliás, um estudo do Idealista confirma que a oferta destes imóveis não aumentou com a pandemia. Pelo contrário, até caiu.

E porque a procura existe, e em grande medida fora dos centros urbanos, procurando conjugar os argumentos referidos acima, o Millennium bcp tem uma carteira de moradias com essas caraterísticas, incluindo o argumento preço disponíveis no país para transação. São moradias até 150 mil euros, de tipologias que variam de V1 a V5, com Áreas Brutas Privativas até 400 m² , inseridas em terrenos de dimensão variada, com logradouros que potenciam experiências ao ar livre. São moradias localizadas em 71 freguesias de 16 distritos do continente, nomeadamente Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Guarda, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Viana do castelo, Vila Rela e Viseu. Ou seja, fora das cidades, acompanhando a tendência atual da procura por habitação mais ligada com a natureza, com espaço, e até como projeto de vida familiar, de reconstrução ao seu gosto, e a preços mais reduzidos. As oportunidades existem, é preciso olhar para elas como isso mesmo, uma oportunidade de algo diferente e até melhor.