Mercado de escritórios evidencia procura por áreas de grande dimensão

29/06/2022
Mercado de escritórios evidencia procura por áreas de grande dimensão

No mês de maio, o take-up do mercado de Lisboa e Porto, somou mais de 34 mil metros quadrados, dando assim continuidade à forte dinâmica por parte das empresas na ocupação de escritórios.

É aquilo que indica o Office Flashpoint da JLL, num mês onde a procura por áreas de grande dimensão foi patente. Lisboa contabilizou 24 operações num total de 25.700 m2 ocupados, o que corresponde a uma área média por transação de 1.070 metros quadrados.

De destacar a operação de expansão do Novo Banco no Tagus Park, 8200 metros quadrados, e a ocupação da SGS, 4100 metros quadrados, e da LEAP, 2700 metros quadrados. O Corredor Oeste agregou 40% do take-up mensal, sendo a zona com maior dinâmica no país neste ponto, e "Outros Serviços" acumularam 35% do take-up, liderando a procura.

Já no Porto, no mês de maio, a ocupação totalizou 8500 metros quadrados, repartidos entre sete operações, com uma área média de 1.216 metros quadrados. O arrendamento do Porto Business Plaza, 3.750 metros quadrados, por parte da fintech Saltpay foi a maior operação deste mês. O CBD-Baixa foi a zona mais dinâmica, 56% da área mensal, sendo que as empresas de “TMT’s & Utilities” foram as mais ativas, com 67% do take-up.

"A ocupação em maio confirmou o momento robusto da atividade, com crescimentos de mais de 200% face ao mês homólogo quer em Lisboa quer no Porto. Nesta fase, apesar da instabilidade geopolítica na Europa e da pressão inflacionista generalizada, o principal entrave da procura de escritórios continua a ser a escassez de oferta adequada e moderna. Daí o aumento das operações de ocupação-própria e de pré-arrendamento. Só em Lisboa, neste mês, mais de metade do take-up foi gerado nesse tipo de transações", refere Sofia Tavares, Head of Office Leasing da JLL.

Até maio, Lisboa perfaz 147.000 metros quadrados de escritórios em termos acumulados, algo que é três vezes superior ao nível de atividade em período homólogo, em torno dos 49.000 metros quadrados. Nos cinco primeiros meses, realizaram-se 86 operações com uma área média de 1.709 metros quadrados. De destacar as empresas de “Serviços Financeiros”, que garantiram 53% da ocupação total.

Já no Porto, até ao mês de maio, o take-up anual atinge os 23500 metros quadrados, algo que é três vezes superior ao nível de atividade em período homólogo, 6800 metros quadrados. De destacar também as empresas de “TMT’s & Utilities”, que geraram 50% do take-up anual.

Escritórios em Lisboa com volume de absorção de 64.289 m²

Já segundo a Savills, nos primeiros cinco meses do ano verificou-se um volume de absorção de 64.289 metros quadrados, num total de 86 operações no que ao mercado de escritórios de Lisboa diz respeito.

A análise levada a cabo por esta empresa refere que a tendência de crescimento, que se vem a registar durante este ano, continua, sendo que os resultados assinalados nestes cinco primeiros meses encontram-se substancialmente acima dos registados no mesmo período de 2021 e 2020, o que atesta a recuperação a bom ritmo do mercado de escritórios de Lisboa. Os negócios com maior expressividade na capital foram a ocupação do Novo Banco no Corredor Oeste (zona 6), de 8.233 metros quadrados, e da SGS Portugal para o Polo Tecnológico de Lisboa (outras zonas) ocupando uma área de 4.163 metros quadrados.

Alexandra Portugal Gomes, head of research & communications da Savills Portugal, frisa que "o mercado de escritórios de Lisboa mantém o sentido de crescimento. O mês de maio foi o terceiro melhor de 2022 em termos de absorção, estando 44% acima do resultado de 2019 e consideravelmente acima de 2020 e 2021. Considerando o período acumulado entre janeiro e maio dos últimos 3 anos, facilmente percebemos que a recuperação veio mesmo para ficar, muito alicerçada em operações de relocalização de empresas".

Em termos de volume de absorção por zona de mercado, lideram as zonas do Parque das Nações e Novas Zonas de Escritórios, com 33% e 26%, respetivamente. Na absorção por setor de atividade, os setores dos Serviços Financeiros e dos Serviços a Empresas foram responsáveis por 74%.

No que toca ao mercado de escritórios do Porto, registou um volume de absorção total de 23.524 metros quadrados até ao final de maio de 2022, com a conclusão de 32 negócios. Assim sendo, houve um reforço no desempenho face a período homólogo.

O mês de maio ultrapassou, em 1%, o resultado registado em abril, onde houve um volume de absorção 52%, apesar de ter registado um menor número de operações. Em termos de volume de absorção, de referir que as zonas Out of Town e CBD Baixa foram as mais ativas , correspondendo a cerca de 43% e 30%, respetivamente, do total do mercado. Os negócios com maior expressividade, foram as mudanças de instalações da Saltpay, correspondendo a 3.750 metros quadrados, e da Sodecia, ocupando mais de 1.324 metros quadrados.

Alexandra Portugal Gomes, head of research & communications da Savills Portugal, sublinha também que "o mês de maio obteve um comportamento muito semelhante ao mês de abril, estando ainda sensivelmente acima, o que na generalidade concede um resultado muito positivo ao mercado de escritórios do Porto, reforçando o seu crescimento".