Millennium bcp lança novo Crédito à Promoção Imobiliária Verde

29/03/2023
Millennium bcp lança novo Crédito à Promoção Imobiliária Verde

Tendo a sustentabilidade como um dos grandes objetivos para 2023, o Millennium bcp acaba de lançar o Crédito à Promoção Imobiliária Verde (CPI Verde), vocacionado para promotores imobiliários que pretendam concretizar projetos ecofriendly, constituindo uma mais-valia para os seus clientes e para o ambiente.

Este novo crédito visa constituir um estímulo para a construção e reabilitação de edifícios que sejam, cada vez mais, consonantes com o ecossistema onde se integram, cumprindo com os critérios da Taxonomia da UE de contribuição significativa para a mitigação ou adaptação às alterações climáticas e de “Do No Significant Harm”.

Entre outras valências, com esta nova oferta, o banco pretende financiar projetos de Promoção e Investimento Imobiliário, construção nova ou de reabilitação urbana, que permitam uma maior eficiência energética ou que reduzam os impactos dos eventos climáticos físicos materiais, assim como o desperdício, quer na edificação, quer na manutenção de edifícios residenciais ou não residenciais.

Este novo produto tem também como objetivo promover a circularidade, garantido que grande parte dos resíduos da construção destes projetos estarão preparados para a reutilização, reciclagem ou outras formas de recuperação efetiva.

Para aceder a este novo produto, os promotores imobiliários terão de apresentar junto do Millennium bcp um do seguintes certificados de sustentabilidade de edifícios:

BREEAM com classificação Very Good a Outstanding,e/ou

  • LEED com classificação Gold ou Platinum.

Além de condições competitivas de pricing, este produto irá estar isento da Comissão de Estudo e da Comissão de Contratação.

Ainda no campo da sustentabilidade, o Millennium bcp está a lançar novas ofertas como é o caso do Leasing Automóvel/ ALD Verde e, em breve, outros produtos “verdes” vão surgir.

Taxonomia UE vem impulsionar a transição para uma economia “verde”

Contribuindo com quase 40% das emissões e consumindo perto de 35% da energia a nível global, o imobiliário tem obrigatoriamente de fazer parte da transição para uma economia “verde”, mais sustentável e descarbonizada. É neste contexto que novos produtos como este vão surgindo.

Estamos num tempo em que a sustentabilidade é uma obrigação e não um nice to have. Existem novas metas de descarbonização a nível europeu, e uma das principais novidades neste âmbito é a Taxonomia da União Europeia, que estabelece uma classificação de atividades económicas, de acordo com o seu impacto ambiental, com o intuito de fomentar o crescimento económico sustentável. Apesar de ainda estar numa fase de implementação inicial, este instrumento legislativo terá um importante efeito em todas as áreas da economia, incluindo no imobiliário e na banca, e será um tema cada vez mais em voga.

Ângela Monteiro, diretora de Finanças Sustentáveis do Millennium bcp, explica que, no fundo, “é o que vai determinar critérios uniformes para que as várias entidades estejam sujeitas aos mesmos critérios, nomeadamente no imobiliário, ao nível da construção, da promoção de novos edifícios ou renovações”, com o objetivo de “termos um edificado mais verde, com benefícios para todos nós”.

Sustentabilidade passa a ser obrigatória

É o momento de colocar os planos em prática, e os edifícios serão peça chave das estratégias de sustentabilidade das empresas. Ângela Monteiro confirma que as empresas estão cada vez mais comprometidas com os critérios ESG (Environment, Social, Governance), e que “o que antes era opcional, e sobretudo uma matéria de consciência, hoje é cada vez mais matéria obrigatória, porque há requisitos regulatórios e legislativos”, e pode acarretar “risco de reputação”.  Isto é especialmente verdade no que toca ao investimento imobiliário, com os investidores e promotores imobiliários cada vez mais preocupados com as questões ambientais, procurando não só seguir as melhores práticas, como também garantir nos seus projetos mais certificações de sustentabilidade, como os selos LEED ou BREEAM, que vão valorizar os imóveis a longo prazo. Mas também os ocupantes, nomeadamente de escritórios, exigem este novo patamar de garantia de menor impacto ambiental e de maior eficiência.

Taxonomia será essencial no acesso ao financiamento

Em paralelo, a Taxonomia UE “será essencial no acesso ao financiamento; os bancos terão um papel muito importante ao canalizar capital para este segmento dos edifícios que cumprem com os critérios da Taxonomia europeia”, segundo esta especialista. Assim, a banca deverá promover cada vez mais o financiamento dito “verde”, favorecendo novas soluções de sustainable finance, entidades alinhadas com os esforços de descarbonização, ou que estiverem em fases de transição. Segundo Ângela Monteiro, estes compromissos serão “cada vez mais relevantes no acesso ao financiamento”, explica, “os bancos estão sujeitos a regulação específica nestes temas e eles próprios assumem compromissos de neutralidade carbónica e exigem integração do ESG nas decisões e condições de financiamento”.

A Taxonomia europeia já define vários critérios para a renovação de edifícios, sistemas de classificação e objetivos específicos de mitigação do seu impacto ambiental, mas não estão ainda suficientemente generalizados. É um caminho que está a ser feito, até porque, segundo os especialistas, é necessário certificar o alinhamento das empreitadas com estas metas, e principalmente adaptar a legislação técnica em vigor, como o RJEU. Este é um dos maiores desafios da implementação desta Taxonomia.