As empresas de administração e gestão de condomínios devem, cada vez mais, modernizar-se e profissionalizar-se para estarem adaptadas aos novos desafios dos edifícios. “O futuro já começou e quem não estiver preparado ou se preparar para ele, pode ter dificuldades em vencer nesta atividade multidisciplinar e tão exigente”.
As palavras são de Vítor Amaral, presidente da direção da APEGAC, que falava durante a I Convenção dos Condomínios, que a associação organizou em Vila Nova de Gaia a 10 de novembro. O responsável acredita que o papel do administrador profissional de condomínios é “fundamental para uma boa manutenção do nosso edificado em propriedade horizontal e para a recuperação do mais degradado”, e manifestou a sua preocupação com a necessidade “de maior qualificação dos profissionais de administração de condomínios, para que possam responder aos novos desafios do setor, contribuindo desta forma para a sua valorização”.
Esta convenção contou com a participação do vereador da Câmara Municipal de Gaia, Elísio Pinto, que deu nota do trabalho que o município tem feito na recuperação do edificado mais degradado. Admite que “tem de haver mais investimento público, incluindo dos municípios, para que essa recuperação seja mais rápida”.
Susana Hermenegildo representou a Ordem dos Arquitectos na sessão “Condomínio do Futuro”, um debate que convidou também António Miguel Castro, da Gaiurb, entre outros, para refletir sobre o que será o condomínio do futuro. Os “Novos desafios na manutenção e conservação do edifício” foram também discutidos neste dia pelo representante da Ordem dos Engenheiros, Bento Aires, ou Paulo Libório, do Fundo Ambiental. Concluíram que é urgente a obrigatoriedade de um plano de manutenção do edifício e dos seus equipamentos.
As novas tecnologias e ferramentas de trabalho, a inteligência artificial ao serviço dos condomínios e os desafios para o setor da administração de condomínios em Portugal e na Galiza foram também outros dos temas discutidos na convenção.
Maior parte dos condomínios precisa de obras de conservação
De acordo com a APEGAC, cerca de metade da população vive em edifícios em regime de propriedade horizontal. São cerca de 300.000 condomínios. Por isso, a associação acredita que “é preciso valorizar a administração de condomínios como atividade profissional”.
Segundo Vítor Amaral, “temos muitos condomínios que estão datados dos anos 70, 80, 90, e outros mais recentes com 5 a 15 anos”. Por isso, é fácil identificar dois padrões: “o edificado moderno com boas técnicas e materiais de construção, seguramente com isolamento térmico, acústico, e os mais antigos, que não têm estes requisitos. São mais de 4 milhões de pessoas que vivem em condomínios que não têm as condições do edificado atual, e têm o direito de ter boa qualidade de vida”.
Um dos papéis dos administradores de condomínios passa por sensibilizar os condóminos para a necessidade de realizar obras de manutenção: “é importantíssimo para a manutenção do edifício”.