Não-residentes pagam mais 70% pelas casas em Lisboa e Porto

19/07/2023
Não-residentes pagam mais 70% pelas casas em Lisboa e Porto

Nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, os compradores com domicílio fiscal fora de Portugal pagam mais cerca de 70% pela habitação do que os compradores nacionais. É o que mostram os últimos números das Estatísticas de Preços da Habitação do Instituto Nacional de Estatística.

Este indicador mostra que os compradores estrangeiros pagavam no primeiro trimestre deste ano um preço mediano de 2.411 euros por metro quadrado por transação de uma habitação, acima dos 2.239 euros do trimestre anterior, e a comparar com os 1.524 euros que os compradores com domicílio fiscal em Portugal pagavam.

Nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, o preço mediano das transações feitas por compradores com domicílio fiscal no estrangeiro superou em 71,8% e 70,2%, respetivamente, o preço das transações feitas por compradores residentes em Portugal. E no caso da AML, este diferencial aumentou face aos 64,3% do trimestre anterior. Na AMP, esta diferença desceu, face aos 75,6% do final do ano passado.

Analisando as 3 sub-regiões com preços medianos de habitação mais elevados do país, nomeadamente o Algarve, Área Metropolitana de Lisboa e Área Metropolitana do Porto, verifica-se que estas zonas registaram também os valores mais elevados para os dois tipos de comprador, nacional e estrangeiro. No Algarve, os compradores portugueses pagam cerca de 2.450 euros por metro quadrado, 2.251 euros na região de Lisboa e 1.701 euros no Porto. Já os estrangeiros pagam um preço mediano de 3.003 euros no Algarve, 3.832 na região de Lisboa e 2.923 na região do Porto.

Segundo este relatório, no primeiro trimestre deste ano, o preço mediano das casas em Portugal foi de 1.565 euros por metro quadrado, uma subida de 7,6% face a igual período do ano passado, e um abrandamento face aos 10,7% do trimestre anterior.

O preço das casas subiu em 20 sub-regiões NUTS II, particularmente na Lezíria do Tejo (+17,5%), Algarve (+16,6%), Leiria (+15,9%), Cávado (+15,6%) e Área Metropolitana de Lisboa (+15,2%).

14 dos 17 municípios com mais de 100.000 habitantes das áreas metropolitanas registaram taxas de variação homólogas superiores à variação nacional, com Loures a disparar 26,5%. Em Lisboa, os preços medianos subiram 9,2%, o mais baixo do conjunto, mas é a primeira vez desde o início de 2020 que a capital apresenta uma taxa de variação homóloga dos preços superior à do país.

Por oposição, vários dos municípios com mais de 100.000 habitantes (em todo o país) registaram descidas de mais de 10% nos preços medianos, nomeadamente Coimbra (-16,5%), Santa Maria da Feira (-14,0%), Vila Franca de Xira (-11,0%) e Funchal (-10,2%). No município do Porto o valor foi de -6,5%. O município de Lisboa registou um acréscimo +1,2%.