Os preços da habitação aumentaram 17,2% em Portugal no segundo trimestre deste ano, face a igual período do ano passado. É a maior subida homóloga registada entre os Estados-membros da União Europeia, mostram os mais recentes números do Eurostat. No conjunto da zona euro, os preços das casas aumentaram 5,1% e 5,4% na União Europeia.
Há três trimestres consecutivos que Portugal, Bulgária (15,5%) e Hungria (15,1%) lideram as subidas a nível europeu. Pelo contrário, a Finlândia foi o único país onde o preço das casas recuou (-1,3%), indica o serviço estatístico europeu.
Já na variação em cadeia, o indicador cresceu, respetivamente, 1,6% e 1,7%. Em Portugal foi, novamente, a mais elevada entre os Estados-Membros, com 4,7%, à frente do Luxemburgo (+4,5%) e da Croácia (+4,4%). Os preços das casas diminuíram apenas em dois países: França e Bélgica.
Os números do Eurostat mostram que entre 2010 e o segundo trimestre de 2025 os preços das casas aumentaram mais do que as rendas em 21 dos 26 Estados-membros da União Europeia para os quais há dados disponíveis. Em Portugal, aumentaram 141%.
As variações mais acentuadas foram registadas na Hungria (+277%) e na Estónia (+250%), onde os preços mais do que triplicaram. Também duplicaram ou mais do que duplicaram na Lituânia (+202%), Letónia (+162%), Chéquia (+155%), Bulgária (+133%), Áustria (+117%), Luxemburgo (+112%), Eslováquia (+105%), Polónia (+104%) e Croácia (+102%). A Itália foi o único país da União Europeia a registar uma descida, de -1%.
Durante o mesmo período, as rendas aumentaram em 26 Estados-Membros da União Europeia, com as maiores subidas a registarem-se na Estónia (+218%), Lituânia (+192%), Hungria (+125%) e Irlanda (+117%). A Grécia foi o único país onde os preços dos arrendamentos desceram (-9%).
Comissão Europeia quer facilitar apoios estatais para habitação acessível
A Comissão Europeia entende que os países da UE devem apoiar mais as suas economias para aumentar a oferta de habitação acessível, e por isso quer aliviar as regras dos auxílios estatais, que podem deixar de ser obrigatoriamente notificados.
Foi lançada na semana passada uma consulta pública para o efeito, que “abordará desafios relacionados com a acessibilidade da habitação, que vão além da habitação social”, indica a instituição em comunicado citado pela agência Lusa. “O objetivo é permitir que os países da UE apoiem a habitação acessível de forma mais rápida e simples”.
É proposta a criação de uma nova categoria “que permite a concessão de auxílios estatais sem necessidade de notificação à Comissão”. Esta definição assenta em “habitação para agregados familiares que não conseguem, devido ao funcionamento do mercado e, em particular, a falhas de mercado, aceder a habitação em condições acessíveis”, cita o Observador.
Esta consulta pública decorre até 4 de novembro e está disponível no site da Comissão Europeia.