Nos primeiros três meses deste ano, os preços de venda da habitação na cidade de Lisboa subiram 5,9% face ao trimestre anterior. Esta é a maior subida trimestral registada nos últimos 8 anos, sendo necessário recuar ao segundo trimestre de 2017 para encontrar uma variação em cabeia acima desta, que então foi de 6,1%.
Os números do Índice de Preços Residenciais, apurado pela Confidencial Imobiliário evidenciam que esta variação trimestral de 5,9% compara com a de 1% registada no final de 2024, movimento este que contraria a tendência dos últimos três anos em que houve um arrefecimento progressivo na subida dos preços. A valorização manteve-se sempre positiva nestes anos, mas passou de um crescimento trimestral médio de 1,7% em 2022 para 1,5% em 2023, e novamente para 1,3% em 2024.
Subida homóloga dispara para 8,6%
De acordo com a Ci, o impacto da variação em cadeia no comportamento de longo-prazo (anual) dos preços foi claro. Lisboa passou de um aumento de 11,7% nos preços das casas no final de 2021 para 5,5% no final de 2024 e, com esta variação do primeiro trimestre, a subida homóloga acelerou para 8,6%, ou seja, mais 3,1 pontos percentuais do que o registo de 5,5% observado no 4º trimestre de 2024.
Mafra lidera a subida dos preços
Na Área Metropolitana de Lisboa, foi em Mafra que os preços mais subiram na comparação homóloga neste trimestre, com uma variação de 22,1%. Mas a cidade de Lisboa ainda regista uma subida de preços superior à de Cascais, Loures, Seixal e Odivelas, mantendo um ritmo de valorização inferior ao dos restantes concelhos.
Ainda assim, os preços mais elevados continuam a registar-se na capital, com as casas vendidas a uma média de 5.038 euros por metro quadrado.
Nível de procura estabiliza
Esta crescente valorização é explicada com a consolidação dos níveis de procura. No primeiro trimestre deste ano, terão sido vendidas 2.800 casas na cidade, 5% menos que no ano anterior, quando foram vendidas 2.900 casas. Mas os níveis de procura estão consideravelmente acima do período homólogo, que superaram em mais de 32%, mostram os dados do SIR-Sistema de Informação Residencial.
