Preços das casas travam na UE, a primeira vez desde 2015

18/04/2023
Preços das casas travam na UE, a primeira vez desde 2015

Os preços das casas desceram -1,5% no 4º trimestre de 2022 na União Europeia, face ao trimestre anterior, a primeira descida que se regista desde o início da tendência de subida dos preços que se iniciou em 2015. Em Portugal, os preços da habitação registaram uma subida trimestral de 1,1%.

Os números agora publicados pelo Eurostat mostram que, apesar desta primeira descida dos preços em vários anos, as rendas continuaram a subir na Europa, 0,6% face ao trimestre anterior. Na comparação homóloga, tanto os preços como as rendas das casas subiram na União Europeia, 2,5% e 3,6%, respetivamente. Em Portugal, os preços subiram 11,3% face ao último trimestre de 2021.

As estatísticas mostram que preços e rendas na UE seguiram um nível de crescimento semelhante entre 2010 e o segundo trimestre de 2011, mas depois disso começaram a evoluir de forma diferente. As rendas subiram a um ritmo consistente até ao final de 2022 desde então, mas os preços das casas registaram mais oscilações, descendo entre 2011 e 2014, passando por um período mais estável entre 2013 e 2014, subindo significativamente até 2022. No fim de contas, entre 2010 e o último trimestre de 2022, as rendas subiram 19%, e os preços das casas 47% no conjunto europeu. 

Os preços subiram mais do que as rendas em 18 países, e mais que duplicaram em alguns destinos, nomeadamente na Estónia (199%), Hungria (174%), Lituânia (142%), Luxemburgo (136%), Letónia (133%), Áustria (126%) ou Chéquia (125%). Em Portugal, os preços das casas subiram perto dos 77% nestes últimos 12 anos, a 10ª maior subida do conjunto. Em sentido oposto, os preços desceram -14% na Grécia, -9% em Itália ou -4% em Chipre. 

Já os preços das rendas subiram em 26 países da UE neste período, e desceram em apenas um, novamente na Grécia, com -23%. A Estónia (216%) e a Lituânia (160%) registaram as maiores subidas do conjunto. No caso de Portugal, as rendas subiram cerca de 26% desde 2010.