Prémio André Jordan atribuído ao Instituto Superior Técnico

02/12/2020
Prémio André Jordan atribuído ao Instituto Superior Técnico

A tese de Khadija Benis, do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, venceu a edição de 2020 do Prémio André Jordan. O trabalho, sobre o tema “Building-Integrated Agriculture (BIA) in urban contexts - methodological contributions to sustainability assessment”, pretendeu desafiar as cidades a promover uma mudança de paradigma do ponto de vista da sustentabilidade alimentar, com impacto nas cadeias de distribuição. Sobretudo, uma aposta no que se designa por Building Integrated Agriculture, promovendo a produção alimentar em coberturas ou fachadas dos edifícios, com ganhos de conforto térmico para estes.

Com este prémio, o Instituto Superior Técnico torna-se na instituição com o maior número de premiados na categoria de Doutoramentos, condição que já assumia na categoria de dissertações de mestrado nos últimos 10 anos.

O júri do Prémio André Jordan, presidido pelo professor Augusto Mateus, distinguiu também com uma Menção Honrosa na mesma categoria Francisco Portugal e Gomes, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, com a tese “Inquérito à Arquitetura Regional Portuguesa: contributo para o entendimento das causas do problema da ‘casa portuguesa’”.

Na categoria Dissertações de Mestrado, venceu Ana Fernandes, da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, que sob o tema “Dinâmica dos preços de habitação em Portugal – os fatores fundamentais do mercado de habitação”.

Os vencedores foram premiados com um valor pecuniário de 7.500 euros, no caso das Teses de Doutoramento ou Artigos Científicos, e um prémio pecuniário de 1.000 euros para as Dissertações de Mestrado. Os trabalhos serão todos publicados numa edição adaptada para distribuição pelos profissionais do mercado.

Organizado pela revista Confidencial Imobiliário, os prémios foram atribuídos numa cerimónia com transmissão online que contou com a participação do professor Augusto Mateus, António Costa e Silva e Carlos Moedas.

Nesta sessão, Augusto Mateus realçou que este é um tempo muito interessante para o mundo do conhecimento mas igualmente desafiante para o mundo empresarial e mesmo para a política pública. “Só podemos estar satisfeitos com a qualidade da edição de 2020, e esperamos uma ótima edição de 2022. Os desafios da investigação científica e das cidades serão muitos, entretanto”.

Já Carlos Moedas, antigo comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, focou que a sustentabilidade é incompatível com o crescimento económico e tem de ser alterada. “Temos de mudar essa sustentabilidade para conseguir mais crescimento e a Europa tem conseguido ser um bom exemplo. A Europa cresceu 60% em 30 anos mas diminuiu muito as emissões de carbono. É possível compatibilizar as duas coisas. Não temos escolha nisso”.

Já António Costa e Silva salientou que a crise pandémica é só a ponta do iceberg. “Estamos ‘sentados’ numa crise climática terrível. Estamos a consumir hoje 618 vezes mais petróleo que há 60 anos atrás, 750 vezes mais níquel, entre outros”. Isso é insustentável, afiançou.