O investimento em imobiliário de rendimento alcançou, em Portugal, 700 milhões de euros no primeiro semestre, de acordo com a consultora imobiliária CBRE.
Nos primeiros seis meses do ano, a dinâmica nos setores logístico e de hotelaria registou uma evolução positiva, com um investimento de 230 e 180 milhões de euros respetivamente. Os escritórios mantêm a atratividade e confiança dos investidores, o que se refletiu nos 190 milhões de euros aplicados no setor.
Os especialistas advogam que apesar da grande incerteza que paira sobre a economia global e sobre a amplitude e velocidade do aumento das taxas de juro, existe ainda uma elevada liquidez nos fundos de investimento para alocar ao mercado imobiliário – nomeadamente logístico e industrial – o que sustenta as projeções das consultoras de elevado investimento até o final do ano.
Só na primeira metade do ano, a ocupação em escritórios já excedeu o indicador de 162 mil metros quadrados correspondente à área colocada nos 12 meses de 2021. Paralelamente, no setor logístico, uma significativa escassez de espaços para arrendamento está a pressionar a subida das rendas em todo o País.
A CBRE mantém as previsões apontadas no início do ano e continua a prever um volume total de transações superior a 3 mil milhões de euros em 2022, o que reposiciona o mercado de investimento em imobiliário de rendimento no patamar em que se encontrava antes da pandemia.
Setor industrial é dos mais contratadores
Esta tendência é ajudada pelo facto de Portugal ter sido apontado como o quinto país com maiores previsões de contratação na região do Europa. O Grande Porto é a região que apresenta a projeção para a Criação Líquida de Emprego mais robusta para o último trimestre, com um valor de +40%.
A procura por trabalhadores permanece em níveis elevados, apesar dos obstáculos atuais como o conflito na Ucrânia e o aumento da inflação – 41% dos empregadores nacionais afirmam que têm intenções de aumentar as suas equipas neste último trimestre do ano.
Os dados fornecidos pelo ManpowerGroup Employment Outlook Survey, projetam uma Criação Líquida de Emprego de +31%, para o quarto trimestre de 2022: Portugal é o segundo país na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África) com um maior aumento anual deste valor, e o 5º país com maiores previsões de contratação na região EMEA para o último trimestre.
“Apesar da incerteza económica e geopolítica, as intenções de contratação dos empregadores portugueses continuam fortes e a luta pelo talento acentuada pós-pandémica tem suportado o crescimento do PIB, face a 2021, e impulsionado as contratações, com a taxa de desemprego a fixar-se nos 5,9%, no passado mês de julho, e o número de inscritos no IEFP a atingir o valor mais baixo de sempre”. considera Rui Teixeira, Diretor Geral do ManpowerGroup Portugal.
Dos empregadores dos 11 setores analisados no estudo do ManpowerGroup, que se realiza em Portugal desde 2016, 10 deles esperam aumentar as suas equipas no último trimestre de 2022. Perspetiva-se uma atividade de contratação elevada no setor Industrial, com uma projeção próspera de +34%, em crescimento de 3 pontos percentuais, comparativamente ao trimestre anterior.
Grande Porto com projeção mais ambiciosa
Em primeiro lugar, de destacar que todas as regiões de Portugal apresentam previsões favoráveis quanto à evolução das contratações no último trimestre de 2022. O Grande Porto é a região que apresenta a projeção para a Criação Líquida de Emprego mais robusta, com um valor de +40% – a única região com uma evolução positiva desde o último trimestre, com mais 3 pontos percentuais.