Proximidade, agilidade e criatividade

10/04/2021
Proximidade, agilidade e criatividade

“Mantivemos uma constante proximidade com as equipas, famílias, clientes e outros stakeholders”, disse à revista

Público Imobiliário Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal. Mas não só a proximidade foi fundamental neste último ano. Agilidade e criatividade foram, no entender deste executivo, igualmente preponderantes. “Agilidade para implementar novos modelos de trabalho ajustados às circunstâncias impostas pelo confinamento e regras definidas pelos estados de emergência declarados em cada momento - implementação do teletrabalho, formação em eLearning e à distância, reuniões virtuais, visitas virtuais aos imóveis - e criatividade para encontrar soluções para continuar a trabalhar com os clientes nos processos de compra, venda e arrendamento de imóveis”.

Desde 2014, a marca Century 21 iniciou a sua estratégia de digitalização no processo de compra e venda de imóveis, na relação com os clientes e também na relação com as equipas com a formação b-learning e introdução de plataformas de colaboração. “Este último ano, o que registámos foi,
sobretudo, uma aceleração da adoção das tecnologias disponíveis”.

O CEO não tem dúvida de que estamos a viver um processo de mudanças aceleradas, em que os consumidores apresentam novas necessidades. E esse é precisamente o foco da Century 21. “Relativamente ao imobiliário nacional, o mercado residencial é um dos setores em que os indicadores são moderadamente positivos, para 2021. A procura permanece forte – tanto a nacional como a internacional - porque a maioria das transações imobiliárias é uma consequência de alterações da estrutura familiar”. O executivo mencionou ainda que a relação das pessoas com a casa mudou, com a situação pandémica em que vivemos a criar novas necessidades de soluções habitacionais, fator que sustenta os elevados indicadores de procura.

Atração de investidores vai continuar

Por outro lado, Ricardo Sousa falou no excesso de liquidez dos mercados e no facto de as taxas de juro estarem historicamente baixas, o que irá continuar a permitir a atração de investidores para o mercado residencial. “Este contexto também influenciou o aumento do crédito à habitação no ano passado e acredito que esta tendência continuará a verificar-se, ao longo de 2021”.

Apesar dos critérios de concessão mais restritivos – em termos de limites nas LTV e nas taxas de esforço – Ricardo Sousa salienta que o crédito à habitação continua disponível para famílias e jovens adquirirem habitação, um fator determinante para a dinamização do mercado residencial nacional. “A oferta limitada continuará a ser o maior desafio do mercado imobiliário, em particular nas soluções para a classe média”.

Porém, o CEO diz que promotores e investidores estão cada vez mais atentos e a apostar neste segmento. “Com o abrandamento da construção no sector turístico e de serviços, é expectável que se verifique um aumento significativo da capacidade produtiva de novas habitações”.

Questionado sobre se este período mais complicado acabou por fazer uma “triagem” no mercado, Ricardo Sousa admite que este momento é determinante para a mediação imobiliária em Portugal. “O facto de sermos considerados uma atividade essencial no processo de desconfinamento constitui um reconhecimento e uma responsabilidade acrescida para todos os agentes imobiliários. Acredito, sinceramente, que o setor está preparado e à altura deste desafio”.

A lógica tem de ser de serviços

Para tal, diz ser fundamental alterar o paradigma do tradicional foco nos imóveis para uma lógica de serviço e de atenção ao cliente. “Recorrer à tecnologia para dar mais autonomia e informação aos clientes, avançar na transformação digital e potenciar a inteligência emocional para sermos cada vez mais relevantes para todos os que confiam na medição imobiliária para o processo de compra, venda, arrendamento e investimento imobiliário”.

O CEO acredita que o principal desafio reside na capacidade de evoluir o modelo de negócio, para um modelo híbrido, dando maior autonomia ao consumidor. “É fundamental alterar o paradigma do tradicional foco nos imóveis para uma lógica de serviço e de atenção ao cliente. Recorrer à tecnologia para dar mais autonomia e informação aos clientes, avançar na transformação digital e potenciar a inteligência emocional para sermos cada vez mais relevantes para todos os que confiam na medição imobiliária para o processo de compra, venda, arrendamento e investimento imobiliário”.