No primeiro trimestre de 2025, os novos contratos de arrendamento celebrados em Lisboa e Porto registaram valores inferiores aos do trimestre anterior nas duas cidades. As rendas desceram -1,5% em Lisboa e -0,3% no Porto, de acordo com o último Índice de Rendas Residenciais, da Confidencial Imobiliário.
Este é já o segundo trimestre consecutivo em que as rendas de habitação dos novos contratos são inferiores às do trimestre anterior. No caso de Lisboa, esta descida de -1,5% sucede à de -2,7% registada no final de 2024, colocando agora a variação homóloga em terreno negativo, observando-se uma queda de -0,9% entre o primeiro trimestre de 2025 e o mesmo período do ano passado.
Já no Porto, as descidas trimestrais, apesar de consecutivas, são mais suaves, comparando-se a variação trimestral de -0,3% no primeiro trimestre deste ano com a de -0,7% no 4º trimestre de 2024. Por esta razão, apesar de uma trajetória de forte compressão, a taxa de variação homóloga ainda se mantém positiva, com as rendas no 1º trimestre de 2025 a posicionarem-se 1,2% acima do mesmo trimestre de 2024.
Recorde-se que os mercados de arrendamento de Lisboa e Porto foram alvo de uma escalada das rendas contratadas entre o segundo trimestre de 2022 e o segundo trimestre de 2023, levando a que acumulassem um aumento inédito da ordem dos 30% nesse período. Desde então, têm perdido fôlego, observando uma tendência de estabilização que, nos dois últimos trimestres, significou mesmo a entrada em terreno negativo, acabando por afetar o comportamento homólogo, explica a Confidencial Imobiliário em comunicado.
De tal forma que, em Lisboa, se passou de um aumento anual de 8,7% em 2023 para 1,0% em 2024. Do mesmo modo, no Porto, as rendas residenciais passaram de um crescimento de 11,7% no final de 2023 para 1,8% no final de 2024.
A contenção dos valores de contratação ocorre num quadro de rendas médias historicamente elevadas. De acordo com o SIR-Arrendamento para os fogos usados, a renda média dos contratos celebrados em Lisboa no primeiro trimestre deste ano ascendeu a 18,3 euros por metro quadrado, mais baixa do que o pico de 19,4 euros por metro quadrado registado após a escalada das rendas, mas mantendo o mercado a negociar em torno dos máximos históricos.
Na Invicta, a renda média dos contratos celebrados no primeiro trimestre deste ano foi de 14,6 euros por metro quadrado, apenas ligeiramente abaixo do máximo de 15,1 euros por metro quadrado observado no terceiro trimestre de 2024.