Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa recebeu mais de 1.850 pessoas

05/04/2023
Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa recebeu mais de 1.850 pessoas
A Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa realizou-se no LX Factory de 29 a 31 de março.

Terminou esta sexta-feira a 10ª edição da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, um evento que, em três dias, registou cerca de 1.850 participantes responsáveis por cerca de 14.000 registos nas mais de 20 sessões desta edição.

Esta Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, iniciativa da revista Vida Imobiliária com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, ocupou a maior área de sempre, e registou um número recorde de expositores e entidades envolvidas de áreas desde a consultoria à construção ou materiais e start-ups. Mais de 120 oradores dinamizaram dois palcos de debate, onde a habitação e o arrendamento, a dinâmica de bairro de Lisboa, o turismo, a sustentabilidade, a inovação ou o licenciamento urbano estiveram em destaque.

Maria Fernanda Rodrigues, secretária de Estado da Habitação
Maria Fernanda Rodrigues, secretária de Estado da Habitação

A sessão de abertura da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa contou com a intervenção da secretária de Estado da Habitação, Maria Fernanda Rodrigues, que salientou “a urgência de uma visão de território equilibrado, harmonioso, construindo um futuro que se exige sustentável, equilibrado”, tendo por base “a economia circular, a reabilitação de excelência e o desígnio verde, que devem ser também propósitos das políticas públicas da habitação”.

A governante admitiu “um problema de equilíbrio” na habitação nas várias regiões do país, nomeadamente na (pouca) oferta pública. “Precisamos de mais arrendamento público, mas também privado. É central afirmar que temos de repensar os recursos, queremos mobilizar e incentivar parte dos fogos existentes, públicos e privados, para o mercado de arrendamento”.

Maria Fernanda Rodrigues acredita que “é readaptando, reabilitando e reutilizando que estaremos a construir o futuro de forma sustentável, de forma rápida e célere, que assegura resposta eficaz a um problema identificado há vários anos”, e o PRR é “uma oportunidade única de executar projetos de reabilitação e eficiência energética”.

Carlos Moedas, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Carlos Moedas, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

A encerrar o evento a 31 de março, Carlos Moedas, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, partilhou a visão da autarquia sobre as políticas de habitação, que foi um dos principais focos do debate durante o evento. Defendeu: “as políticas públicas fazem-se com bens públicos, e são essas que queremos fazer (…). A política pública que o Governo nos quer impor é para tapar uma década em que nada foi feito”.

O aumento da oferta pública da habitação é uma das principais prioridades da câmara de Lisboa, que já entregou mais de 1.000 chaves e tem outros 1.000 fogos em construção, segundo Carlos Moedas. “É mais do que já foi feito no passado. E precisamos de todos, e do privado mais do que nunca”. Revelou também que o regime de concessões para renda acessível da CML está a ser repensado, pois “não era atrativo para ninguém. Queremos que funcione”. Por outro lado, “vamos ajudar até 1.000 famílias a pagar renda, porque precisamos também de políticas de curto prazo e de ter soluções”. E os bairros municipais são outra preocupação. “Temos de continuar a reabilitar os fogos municipais, já reabilitamos 400 e atribuímos 200 em ano e meio”. Seja como for, conclui que “temos de ter preocupação com as medidas sociais, mas a cidade só tem dinheiro se os investidores investirem na cidade”.