A evolução tecnológica na atividade da gestão de condomínios em Portugal será o tema central da II Convenção dos Condomínios. O evento tem data marcada para o dia 14 de novembro, e vai realizar-se no APDL – Auditório Infante D. Henrique, em Leça da Palmeira, coorganizado pela APEGAC e pela Improxy.
Neste dia de conferência, estará em foco o impacto das tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial, a Internet of Things, plataformas de integração ou dados preditivos na gestão e administração de condomínios, com a apresentação de vários casos práticos de utilização. Para traçar uma visão de futuro neste setor, importa perceber quais os ganhos de eficiência que estas tecnologias podem permitir para gestores e condóminos, o que mudará ao nível dos recursos humanos e da sua capacitação, ou o que pode ser necessário adaptar na legislação existente, face a esta nova realidade.
Vítor Amaral, presidente da APEGAC, refere que “este setor de atividade [gestão e administração de condomínios], que envolve as cerca de cinco milhões de pessoas que vivem em condomínio, não passa ao lado da evolução tecnológica e são várias as interrogações que se levantam para os profissionais e para os condóminos”.
Explica que os primeiros passos já começaram a ser dados, nomeadamente com a automatização de muitos procedimentos, como a elaboração das atas, o acesso dos condóminos, através de plataformas de gestão, às contas do condomínio, reconciliação bancária, denúncia de avarias, acompanhamento das reparações, entre outros, “o que permite aumentar a confiança entre os proprietários das frações e quem gere as partes comuns dos edifícios em propriedade horizontal”.
Acredita que “as novas tecnologias podem e devem desenvolver-se de forma que os profissionais do setor, especialmente os administradores de condomínios, possam elaborar e atualizar a todo o tempo o inventário do condomínio, especialmente no que toca aos seus equipamentos, monitorizando esses equipamentos, o que permitirá dar uma resposta mais eficiente às avarias que surjam, fazendo interligação com os prestadores de serviço, que também terão de se adaptar a esta nova realidade”.
Com estas ferramentas, os condóminos “podem acompanhar, a todo o tempo, a gestão das partes comuns do seu condomínio, com total transparência, o que tornará a administração de condomínios uma atividade profissional mais confiável e, sobretudo, mais respeitada e valorizada”.
No que diz respeito à legislação, Vítor Amaral destaca que esta “tem de ser adaptada à realidade, sem esquecer a regulação da atividade profissional de administração de condomínios, indispensável para que o mercado seja mais justo, transparente e com profissionais à altura do cumprimento das funções do administrador e da sua responsabilidade”.
Seja como for, a APEGAC está convicta de que “as novas tecnologias serão uma vantagem para todos, se forem devidamente aproveitadas, respeitando os direitos dos condóminos, no que respeita à proteção dos seus dados pessoais”.