Terrenos rústicos: tendência de investimento

07/12/2022
Terrenos rústicos: tendência de investimento

Adquirir um solo classificado como rústico, seja para exploração agrícola, florestal, energética, cultural e paisagística passou a estar mais claramente entre as prioridades dos investidores.

Um estudo do idealista mostra que, nos últimos anos, a procura por terrenos rústicos, onde é possível cultivar alimentos, cuidar de animais ou plantar árvores, aumentou consideravelmente. Os dados referem-se aos 18 distritos de Portugal continental e mostram variações existentes entre a procura, os preços unitários e stock existente nestes tipos de solos entre março de 2020 e março de 2021. Uma tendência que se continua a registar durante o primeiro semestre deste ano.

Ao comparar os dados de 2019, antes do aparecimento da Covid-19, e os dados de hoje, parece haver um interesse claro nos terrenos, seja para construção de habitações com mais espaço interior e exterior, assim como os terrenos rústicos, para cultivos, considerando que a atividade agrícola se provou resiliente em tempos de pandemia.

De resto, o regresso à agricultura, nomeadamente o surgimento de pequenos projetos agrícolas, tem vindo a ganhar um maior relevo. A título de exemplo, em novembro de 2022, o Estado, através do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) procedeu a pagamentos aos setores agroflorestal e das pescas num montante total de 61,7 milhões de euros.

No que se refere ao Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER), destaca-se o pagamento de mais de 44,5 milhões de euros relativo à execução de medidas de investimento do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020). Por sua vez, no âmbito do Fundo Europeu Agrícola de Garantia (FEAGA), somaram-se 6,1 milhões de euros pagos.

Procura por terrenos rústicos sobe em todos os distritos

A procura por terrenos rústicos subiu em todos os distritos de Portugal continental, sem exceção, segundo o Idealista. E em exatamente metade dos distritos verificou-se que a procura mais do que duplicou durante a pandemia, apresentando variações acima dos 100%. São eles Faro (+250%), Setúbal (+186%), Vila Real (+171%), Castelo Branco (+165%), Bragança (+161%), Aveiro (+152%), Beja (+131%), Viana do Castelo (+124%) e Coimbra (+106%). A menos expressiva foi registada em Portalegre, onde só evoluiu 19%.

Já variação de stock de solos rústicos é mais heterogénea do que nos terrenos urbanos – variando entre +93% (em Braga, onde a procura subiu 93%) e -20% (em Évora, distrito que registou um aumento da procura de 165%).