Turismo de Portugal quer reforçar “um dos destinos mais competitivos do mundo”

12/07/2023
Turismo de Portugal quer reforçar “um dos destinos mais competitivos do mundo”

Porque o turismo é feito de pessoas e o seu grande objetivo é melhorar a qualidade de vida, o Turismo de Portugal não hesita em afirmar que quer “reforçar Portugal como um dos destinos mais competitivos e sustentáveis do mundo”.

Quem o diz é Carlos Abade, novo presidente do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, que participava no mais recente Almoço-Conferência da Vida Imobiliária e da APPII, sobre os desafios e perspetivas para o turismo português, onde destacou que “o turismo quer crescer em valor e alavancar todos os outros setores de atividade. Queremos crescer de forma inteligente, sustentável, em todo o território e durante todo o ano”.

O responsável destacou a importância desta atividade no reforço da coesão económica do país ou na revitalização e coesão dos territórios de baixa densidade. Os números não enganam. No ano passado, de acordo com os números do TP, a atividade turística valia 15,8% do PIB, 0,5% acima do ano recorde de 2019. Assim, as receitas turísticas ultrapassaram os 21.100 milhões de euros, uma receita que Carlos Abade apela a que seja “transformada em valor da melhor forma”, lembrando o turismo tem crescido “sempre acima da média da economia”.

Em paralelo, o número de passageiros desembargados nos aeroportos portugueses também já aumentou face aos recordes de 2019. E prova da subida do valor do turismo é o facto de o número de dormidas não ter crescido tanto quanto as receitas e o valor da atividade, nomeadamente “devido a uma alteração do mix do mercado do turismo”, fruto também de um trabalho de diversificação de mercados do TP, que “permite-nos entrar em mercados de maior valor e minimizar riscos. E temos de continuar este trabalho”.

Esta boa performance é também corroborada por Eduardo Abreu, Partner da Neoturis, também orador deste evento, e que destacou o crescimento que o mercado português tem registado nos últimos anos, e a importância da subida do preço médio de 8% a 10% ao ano nos últimos anos, que reflete a qualificação da oferta. Rejeita que o mercado esteja saturado, pelo contrário: “há uma grande dispersão territorial da procura”, e o turismo está a crescer em todo o país, incluindo o turismo residencial, que atrai cada vez mais marcas internacionais.

Estamos também a captar vários novos mercados, como o Brasil, os EUA ou França, que acrescentam poder aquisitivo, o que permite também menor dependência de um destino específico. Além disso, a sazonalidade tem vindo a descer, o que também são boas notícias

2023 deverá ser outro ano de recordes. Até abril, as receitas já superaram “qualquer outro quadrimestre até agora”, segundo Carlos Abade, com as previsões a apontar para um crescimento de 15% este ano. O turismo segue assim rumo ao objetivo de atingir os 27.000 milhões de euros em receitas estabelecidos na Estratégia Turismo 2027.

Captação de talento, sustentabilidade, conectividade, inovação – os desafios do turismo

Os indicadores são muito positivos, mas o caminho não se faz sem desafios, e maior eficiência é uma necessidade. O turismo define vários desafios essenciais a ultrapassar, com a atração e retenção de recursos humanos à cabeça, nomeadamente a necessidade de “qualificar e dignificar a profissão, melhorando a qualidade de vida” das pessoas.

Por outro lado, a sustentabilidade, “um tema imperativo e muito amplo”, já que queremos ser dos mais sustentáveis do mundo”, e está aí a taxonomia europeia, que vai definir o que são atividades sustentáveis e criar novas exigências na concessão de financiamento mais ou menos verde. As estratégias de ESG – Environmental, Sustainable, Governance devem ser incorporadas pelas organizações, numa gestão que tenha em conta uma gestão de recursos mais eficiente.

A conectividade é outro ponto chave que o TP quer promover, nomeadamente a conectividade aérea, para permitir a entrada em novos mercados e o reforço de operações onde a presença portuguesa já existe. Sem esquecer a grande necessidade de melhoria da mobilidade interna. Tudo isto sempre tendo em vista a necessidade de renovação e inovação das empresas, de aumento da produtividade e de competências de gestão. Carlos Abade destaca também a importância do programa PT2030 nestes objetivos, “um dos programas mais fortes que temos para os próximos anos e que vai permitir financiar investimento no turismo”.

IFRRU 2020: colocar a reabilitação urbana ao serviço do setor

Com uma capacidade de financiamento de 1.400 milhões de euros, o IFRRU 2020 – Instrumento Financeiro de Reabilitação e Revitalização Urbanas assume-se como uma importante alavanca do investimento privado na reabilitação do edificado em todo o país, impulsionando os mercados da habitação, serviços, turismo, e outras atividades em condições mais favoráveis face às do mercado. O grande objetivo é facilitar o acesso a financiamento por parte dos promotores na área da reabilitação urbana.

O IFRRU 2020 mobiliza fundos europeus, como do Portugal 2020, do Banco Europeu de Investimento ou do Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa. Entre as entidades gestoras financeiras que disponibilizam os produtos financeiros incluem-se o Millennium bcp.

Até ao momento, o IFRRU contratou 1.470 milhões de euros de investimento, num total de 451 contratos de financiamento, num investimento potencial de mais de 2.000 milhões de euros. Um montante que vai dar origem a cerca de 220 edifícios de habitação, 214 edifícios para atividades económicas e 17 para equipamentos coletivos. 362 dos beneficiários são empresas, 55 particulares e 12 entidades públicas, além de 22 IPSS ou equivalente.

Millennium bcp já financiou €188M no âmbito do IFRRU 2020

O Millennium bcp é uma das instituições financeiras que disponibiliza o IFRRU 2020, no seguimento do protocolo assinado em 2017 com a entidade gestora do programa.

Com o objetivo de apoiar o desenvolvimento de projetos de investimento para a reabilitação integral de edifícios, através da linha Millennium IFRRU 2020 foram colocados no ano transato mais de 84 milhões de euros de financiamento (num total de 188 milhões de euros deste o início da comercialização) , alcançando 34% do montante global contratado e alavancando mais de 114 milhões de euros de investimento.

O Millennium bcp registou também a maior operação financiada ao abrigo do IFRRU 2020, no montante de 20 milhões de euros.

O IFRRU 2020 prevê o desembolso de financiamento até ao final do corrente ano e o Millennium bcp continua fortemente empenhado na colocação desta solução, estando disponível para a análise de projetos que reúnam as condições de apoio.