Para 2022, as estimativas apontam para que a produção da construção registe uma aceleração, situando-se em 5,5%, após se ter verificado um crescimento de 4,5% no ano passado. Perspetiva-se, assim, que o Setor dê continuidade a um contributo positivo para a retoma da economia, que tem sido amplamente reconhecido pela sua relevância. Porém, este é um cenário que pressupõe que, neste ano que agora se inicia, a recuperação da economia nacional é coletivamente assumida como prioritária. Do processo eleitoral em curso, e independentemente dos resultados finais que serão legitimamente decididos pelos eleitores, terão de resultar, a exemplo do que acontece noutros países europeus, os necessários acordos e planeamentos suprapartidários que colocam o interesse nacional em primeiro plano, a bem do investimento, do País e das pessoas, permitindo concretizar a calendarização do investimento público previsto, seja no PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, seja no Programa Nacional de Investimentos 2030.
Portugal tem, perante si, uma oportunidade única para acompanhar o crescimento e desenvolvimento que é esperado na restante Europa e nos mercados globais, que procuram acelerar os seus processos de recuperação e de reposicionamento competitivo. A dinamização do investimento, público e privado, apostando em domínios como a transição climática e digital e a resiliência, é um denominador comum, não apenas na Estratégia Europeia, mas em praticamente todo o Mundo. O nosso País não pode ficar à margem deste caminho que, terá no Setor da Construção e do Imobiliário, um dos seus mais relevantes suportes, se souber, como se espera, e com o contributo de todos, criar as condições necessárias para virar, de uma forma definitiva, esta difícil página da nossa História.