Luís Lima
Luís Lima
Presidente da APEMIP

A importância do Associativismo Empresarial

22/04/2020

As associações são sempre relevantes, mas é em períodos de dificuldade como o que estamos a atravessar, que se tornam verdadeiramente essenciais, quer na defesa da classe e do sector que representam, quer na cooperação com entidades públicas. É nestes períodos que a união de todos incentiva e promove a troca de ideias, de sugestões, e como tal poderá ajudar a encontrar alternativas para diminuir o impacto da crise no dia-a-dia das empresas

No caso particular da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), a que presido, a preocupação com aquela que é a nossa responsabilidade social, levou-nos a abrir os nossos serviços a todas as empresas de mediação imobiliária (devidamente licenciadas e seus colaboradores, sejam elas associadas ou não associadas, durante os meses de abril, maio e junho.

Perante a situação de Estado de Emergência que o País atravessa, que nos colocou perante um panorama absolutamente inédito, queremos estar do lado das empresas que representamos e prestar-lhe todo o apoio que esteja ao nosso alcance para mitigar o impacto desta crise no nosso tecido económico.

No entanto, também as Associações precisam de apoio, pois à semelhança das empresas, também elas estão a sofrer as consequências desta crise. Na sua grande maioria, estas entidades vivem das quotas dos seus associados e, nos períodos de crise, apesar da necessidade de apoio que as empresas revelam, nota-se também um aumento das dificuldades destas em cumprirem com o pagamento da quotização, o que resulta numa quebra de receita, muitas vezes verdadeiramente dramática, para estas Associações que também têm estruturas para manter e salários para pagar.

Neste momento, as preocupações vão crescendo nas mãos dos dirigentes, que precisam de garantir a sobrevivência das estruturas que representam, muitas delas essenciais para ajudar garantir também a sobrevivência de empresas do sector que representam.

Perante este panorama, os dirigentes associativos são expostos a situações complexas. Importa referir que, na larga na maioria dos casos, estes dirigentes não são remunerados e, como tal, não podem nem devem responsabilizar-se por avalizar financiamentos para uma organização que não lhe pertence.

Como tal, seria essencial que o Estado pudesse também olhar para as Associações, criando mecanismos de apoio para que estas possam permanecer vivas, com condições para prestarem o apoio necessário à classe e empresas que representam e assim garantir a sua sobrevivência.