Inserido na primeira reunião presencial dos membros da rede EnR desde o início da pandemia COVID-19, realizada no dia 7 de junho, na Sala do Arquivo dos Paços do Concelho de Lisboa, a ADENE organizou na manhã de 8 de junho, no auditório do Padrão dos Descobrimentos, o seminário “Promoção do uso eficiente da energia e da água a nível nacional e local”.
Este evento reuniu cerca de uma centena de representantes de agências de energia e atores nacionais e locais que discutiram as respostas estratégicas a curto, médio e longo prazo à atual crise energética na Europa, a necessidade do equilíbrio entre as três dimensões do trilema energético (segurança, acessibilidade e sustentabilidade), a importância do foco na eficiência energética e na descarbonização, a urgência em identificar oportunidades de ação colaborativa entre atores nacionais e locais e a forma como as agências de energia, nacionais, regionais e locais, podem apoiar transições mais rápidas e inteligentes.
A ação colaborativa entre agências nacionais e locais é necessária para garantir o envolvimento de todas as partes interessadas nas transições climática e digital e nas ações para combater as mudanças climáticas, pois as cidades e os cidadãos desempenham um papel fundamental para alcançar a neutralidade climática até 2050, o objetivo do Pacto Ecológico Europeu.
O seminário contou com a participação de membros do Governo nas sessões de abertura e encerramento, tendo João Galamba, Secretário de Estado do Ambiente e da Energia, destacado que “as agências de energia trabalham para mobilizar as autoridades locais, os atores económicos e os cidadãos no combate às alterações e na promoção do papel central das cidades na implementação do Pacto Ecológico Europeu”. Por seu turno, Duarte Cordeiro, Ministro do Ambiente e da Ação Climática, realçou o papel das cidades na mitigação da crise energética pois “os governos locais estão em melhor posição para garantir a participação ativa dos cidadãos, através da disseminação de informação e exemplos de ação, enquanto as agências de energia são essenciais para conceber e apoiar programas e medidas de eficiência energética e hídrica que podem ser adotados localmente”.
Como nota final, todos os intervenientes nos painéis do seminário concordaram com a necessidade de agir com urgência, promovendo a aplicação do princípio da prioridade à eficiência energética e a aceleração da transição energética, dimensões fulcrais para a redução de dependência energética face a países fora da União Europeia e às fontes convencionais de energia. No entanto, porque as cidades são responsáveis pela gestão de muitos edifícios, entre outras infraestruturas e serviços, é crucial a prestação de apoio às cidades para acelerar a transformação verde e digital, envolvendo municípios, cidadãos, empresas, investidores, bem como todo o tipo de autoridades locais, regionais e nacionais pois o combate às alterações climáticas depende fortemente do sucesso da ação local.