Paulo Caiado
Paulo Caiado
Presidente da Direção Nacional da APEMIP

A boa forma profissional – vulgo formação

20/10/2021

Talvez porque a palava formação significa um “ato ou modo de formar ou constituir algo”, e a realidade é que quase todos nos sentimos devidamente constituídos.

Talvez por isso, inconscientemente, quando se fala em robustez profissional, muitas pessoas têm o péssimo hábito de se acharem em plena forma.

Por um lado, a generalidade das pessoas está recetível a se pôr em forma no domínio físico. No entanto, por outro lado, a realidade é que muitas vezes não há uma ação idêntica quando se fala em “pôr em forma” o nosso desempenho profissional.

É muito fácil alguém reconhecer que precisa de ir ao ginásio para recuperar a boa forma física. No entanto, quando o que está em causa é a boa forma de conhecimentos, de desempenhos, de práticas profissionais, quase ninguém diz que sim. A realidade é que quando ouvimos dizer que atualmente cada novo ano produz e disponibiliza mais informação – em comparação com toda a história da humanidade, incluindo o ano anterior –, esse facto tem um enorme impacto na vida de todos nós.

Desde logo, no domínio profissional a que me dedico, através da proliferação de dados, de informações, de canais comunicacionais, de novos modelos, de novas soluções e da capacidade de os fazer chegar à generalidade das pessoas resultam níveis de competitividade nunca antes vistos.

E, se por um lado, um grande fluxo de informações e soluções pode “transportar” muita “poeira” e “lixo”; por outro lado, o escrutínio é constante e crescente, pelo que só haverá espaço para as soluções consistentes, caracterizadas pelo rigor, pela transparência e pela eficácia.

Adquirir, atualizar e reciclar conhecimentos já não pode ocorrer em espaços temporais de 5, 3, ou de 2 em 2 anos. Mais do que a renovação de conhecimentos e qualificações, temos um novo paradigma de progressão e reinvenção constante.

A boa forma profissional – vulgo formação – deixou de ser algo interessante e que os profissionais devem aceitar, para passar a um imperativo que caracteriza a vida profissional da generalidade das atividades e também da atividade imobiliária.

A competitividade não é esotérica. É simples, prática, quase cruel e deixará para trás todos aqueles que deixarem de cuidar da sua boa forma profissional.