No âmbito dos instrumentos de financiamento europeus, com destaque para o PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, vão sendo apontados diversos mecanismos de incentivos que, porém, na prática, ainda não surtiram efeitos visíveis no apoio à capacitação da maioria das empresas.
Neste contexto, como temos afirmado, cabe ao nosso Setor desempenhar um papel fundamental que, de resto, é reconhecido no planeamento estratégico europeu e, consequentemente, o tecido empresarial tem de ser apoiado, incluindo-se aqui, muito especialmente, as micro e PME’s que constituem a base da estrutura empresarial da Construção e do Imobiliário, uma vez que 94,5% das empresas do Setor apresentam uma estrutura de pessoal com uma dimensão inferior a 10 trabalhadores. Não é possível alcançar metas em matéria de sustentabilidade e competitividade sem disponibilizar instrumentos de apoio à modernização e capacitação destas empresas que, necessariamente, terão de ser abrangentes, de fácil acesso e eficazes. Uma formação profissional orientada para o futuro do Setor, ou seja, com uma oferta formativa em domínios como o BIM – Building Information Modeling, a construção industrializada, os novos processos produtivos, bem como incentivos ao investimento em novos equipamentos e ferramentas digitais, são apenas alguns exemplos de medidas que podem rapidamente chegar a todas as empresas, independentemente da sua dimensão ou especialidade.
É necessário reconhecer que, de uma forma geral, o tecido empresarial está a fazer um investimento significativo na sua transição digital e tecnológica, porém, este é um esforço que tem de ser acompanhado por toda a sociedade. A AICCOPN, através da sua marca R.U.-I.S. – Reabilitação Urbana Inteligente e Sustentável, está, precisamente, a distinguir as empresas que cumprem requisitos legais para o exercício da atividade, a promover o conhecimento técnico e científico e a aproximação entre as universidades e o mundo empresarial e a desenvolver campanhas de comunicação que visam sensibilizar o público em geral para a importância de contratar empresas qualificadas. Ao Governo, cabe-lhe disponibilizar mecanismos de apoio transversais a todas as empresas que estão a apostar na sua capacitação. À sociedade em geral, compete-lhe a responsabilidade de escolher empresas qualificadas, que se posicionam adequadamente no mercado e que oferecem soluções inteligentes e sustentáveis.