Manuel Reis Campos
Manuel Reis Campos
Presidente da CPCI e da AICCOPN

Capacitação, Formação e Qualificação: o caminho com futuro!

26/01/2022

No que diz respeito ao papel do Setor da Construção e do Imobiliário, que é central na própria estratégia europeia, estamos perante, como temos afirmado, uma oportunidade única de promover a competitividade do tecido empresarial português e, simultaneamente, de criar emprego, tanto para os jovens como para os desempregados oriundos dos setores mais afetados pela pandemia.

No entanto, identifica-se, no Setor, a necessidade de 70 a 80 mil trabalhadores e a falta de mão-de-obra qualificada é apontada por cerca de 80% das empresas como um dos seus principais constrangimentos à atividade e tem, como defendemos, de ser objeto de medidas concretas que passam, desde logo, pela reorientação da Formação Profissional, tirando partido dos centros de excelência do Setor, o CICCOPN e o CENFIC e dando uma resposta efetiva às necessidades do mercado de trabalho.

É, na capacitação do tecido empresarial, que reside a resposta necessária. A transformação digital e tecnológica das empresas do Setor, de todas as dimensões e especialidades, é um imperativo. É preciso apoiar as empresas em domínios como o BIM – Building Information Modelling, a reengenharia de procedimentos, a construção “off-site”, a utilização de novos materiais, o lean-management, entre outros. A construção industrializada, realidade que se irá intensificar no Setor, a diversos níveis, permite realizar a formação e qualificação com mais facilidade, é mais atrativa para os jovens e, ao mesmo tempo, mais inclusiva, promovendo uma maior participação do género feminino e trabalhadores de todas as idades.

Os ganhos de eficiência dos processos construtivos, particularmente relevantes no atual contexto de subida anómala dos preços das matérias-primas, da energia e dos materiais de construção, são determinantes, quer para o posicionamento competitivo das empresas, quer para o objetivo de valorização dos salários, o qual só pode ser realizado de forma sustentada se houver condições efetivas para o fazer, ou seja, com aumentos de produtividade. A transformação e modernização desta atividade é um caminho incontornável que tem de ser apoiado e, de igual modo, reconhecido pelas gerações mais jovens como uma oportunidade para desenvolver percursos profissionais com perspetivas de futuro.