No Setor da Construção, a falta de mão-de-obra, estimada em cerca de 80 mil trabalhadores, tem condicionado o crescimento da atividade das empresas. Com efeito, este constrangimento que, de acordo com o último inquérito à situação do setor realizado, afeta 66% das empresas que trabalham no segmento das obras públicas e 78% das empresas do segmento das obras privadas. É urgente acelerar a concretização da mobilidade transnacional da mão-de-obra, designadamente a oriunda dos PALOPs, e promover um verdadeiro matching entre as necessidades empresariais e a oferta formativa.
No domínio tecnológico, as empresas do Setor têm realizado um importante investimento em inovação, designadamente na adaptação à Construção 4.0, que se afirma como o caminho natural para o aumento de competitividade e produtividade. Contudo, esta “revolução” tecnológica e digital, em curso, tem custos iniciais elevados, pelo que, para abranger todo o tecido empresarial e, em especial, as PME’s, há que incentivar e estimular esta evolução, permitindo empresas mais flexíveis, dinâmicas e operacionais, com melhorias significativas nas distintas cadeias de valor, designadamente na “oferta” em grande escala de produtos personalizados e individualizados, mas produzidos de forma mais industrializada.
O recurso à tecnologia e à inovação, a procura de soluções inteligentes e sustentáveis, constituem hoje realidades indispensáveis para as empresas, que valorizam cada vez mais a economia circular nas suas estratégias de atuação. Exige, igualmente, uma maior e mais eficiente capacitação dos recursos humanos. Neste âmbito, importa salientar que os centros de formação de excelência do setor, o CENFIC e o CICCOPN, encontram-se habilitados a formar trabalhadores com as novas qualificações, adaptadas às exigências dos novos processos e sistemas construtivos.
Efetivamente, a diferenciação das empresas pela cultura empresarial de inovação e sustentabilidade é cada vez mais procurada pelo mercado e, a AICCOPN, através da sua marca R.U.-I.S. – Reabilitação Urbana Inteligente e Sustentável, tem vindo a qualificar e distinguir as empresas que cumprem requisitos legais para o exercício da atividade, a promover o conhecimento técnico e científico, bem como, a aproximação entre as universidades e o mundo empresarial.
A capacitação das empresas do Setor da Construção, que se encontram sob pressão pela evolução da inflação e das taxas de juros, assume, assim, uma relevância acrescida enquanto de motor da economia e do emprego, e contribuirá, decisivamente, para um Portugal cada vez mais competitivo e sustentável, em convergência com a União Europeia.