Manuel Reis Campos
Manuel Reis Campos
Presidente da CPCI e da AICCOPN

CICCOPN: Há 40 anos ao serviço da Construção

29/06/2022

Este é um papel com relevância acrescida perante a necessidade de tirar partido do financiamento europeu, sobretudo do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, concretizando os projetos de investimento que estão identificados como necessários para o reforço da nossa competitividade e representa, também, a possibilidade de oferecer mais oportunidades para o desenvolvimento de percursos profissionais com perspetivas de futuro. Com efeito, os centros de formação de excelência do Setor, o CICCOPN e o CENFIC, são fundamentais para a resposta às necessidades de uma atividade onde está identificada a falta de cerca de 80 mil trabalhadores. São essenciais para a implementação de uma estratégia de reorientação da Formação Profissional para um futuro que tem de ser mais produtivo, mais eficiente e mais sustentável. Os números do IEFP, relativos a maio passado, apontam para um total nacional de 267.842 desempregados inscritos nos centros de emprego, dos quais 26.359 oriundos da Construção e Imobiliário, números que revelam bem o profundo desfasamento entre oferta e procura de emprego, que tem de ser objeto de uma intervenção efetiva.

A transformação tecnológica e digital das empresas já é uma realidade, mas tem de ser intensificada, alargada a todas as empresas, incluindo as micro e PME’s, pelo que a disponibilidade de recursos humanos qualificados é determinante. De igual modo, a modernização do Setor representa um grande fator de atratividade que deve ser reconhecido pelas gerações mais jovens. Os novos processos e sistemas construtivos, a impressão 3D, a análise preditiva, a realidade aumentada e a virtualização, o BIM, a construção autónoma são apenas alguns exemplos de domínios em desenvolvimento que vão necessitar de novos profissionais, capazes de atrair e reter talento e promover uma maior inclusão do género feminino no Setor.

Ao longo destas quatro décadas de existência do CICCOPN, o Setor sofreu profundas alterações e é, hoje, uma atividade muito diferente, mas manteve inalterada a sua importância social e económica. Os desafios que temos pela frente, requerem novas abordagens, de forma a potenciar a eficiência, promover o trabalho em rede, a especialização e a sustentabilidade e, para isso, reforçar a ligação do ensino ao mundo empresarial é fundamental.