Manuel Reis Campos
Manuel Reis Campos
Presidente da CPCI e da AICCOPN

Construção e imobiliário mantêm resiliência

20/12/2023

No setor da construção e do imobiliário, apesar desta conjuntura mais adversa, tanto no plano nacional, como internacional, os principais indicadores relativos à atividade mantiveram uma tendência de crescimento, estimando-se que termine o ano com um aumento do valor bruto da produção de 3,4%, em termos homólogos. Com efeito, apesar da falta de mão de obra se manter como um dos principais constrangimentos apontados no âmbito da atividade desenvolvida, no 3.º trimestre de 2023, o número de trabalhadores ao serviço das empresas do setor da construção, aumentou 8,1%, em termos homólogos acumulados.

No mercado imobiliário, onde os efeitos do acelerado e expressivo aumento das taxas de juro provocaram maiores dificuldades e, previsivelmente, uma redução no número de transações de alojamentos, a produção terá mantido uma trajetória de crescimento, tendo em consideração o volume de obras em carteira no início do ano, o aumento de 2,5% do consumo de cimento até novembro, e a evolução do licenciamento municipal que, até ao final do mês de setembro, registou variações de -0,4% na área licenciada em edifícios residenciais, de -10,1% no total de licenças emitidas e de +4,7% no número de fogos licenciados em construções novas, em termos homólogos.

Relativamente ao mercado das obras públicas, os indicadores apresentaram sempre um expressivo crescimento. Concretamente, até ao final do mês de outubro, o valor dos concursos de empreitadas de obras públicas promovidos já superou os 5 mil milhões de euros, o que corresponde a um acréscimo de 73%, face aos cerca de 3 mil milhões de euros registados no período homólogo. Ao nível dos contratos de empreitada celebrados e registados no Portal Base, apesar do elevado diferencial face aos contratos promovidos, verifica-se um aumento de 33% no montante total, para cerca de 2,7 mil milhões de euros.  Neste âmbito, importa salientar o papel dos fundos comunitário de apoio que Portugal dispõe, designadamente, o Portugal 2030 e o PRR, cuja concretização dos investimentos, irá contribuir significativamente para a evolução da atividade futura das empresas do setor e para um País coeso e um desenvolvimento mais competitivo, resiliente e sustentável.