Paulo Caiado
Paulo Caiado
Presidente da Direção Nacional da APEMIP

O desafio da inovação

08/01/2025

Dos serviços mais elementares de assinaturas eletrónicas e digitalização documental, a “bots” interpretativos de documentação, “tokenização” de ativos imobiliários, passando pelos agregadores de “leads” (contactos), todos com o legitimo objetivo de revolucionar transações imobiliárias trazendo mais transparência, mais rapidez, mais autonomia, etc.

São sem dúvida alguma uma enorme vantagem que se oferece a todo um setor, que deverá ter a capacidade de incorporar soluções que permitam às empresas serem mais competitivas, mais produtivas e mais eficientes.

A inovação e o progresso tecnológico não festejam passagem de ano, ocorrem todos os dias sempre que as empresas vão incorporando novas soluções. A história recente mostra-nos que nem tudo o que é inovação é bom. A utilização de amianto na construção, aclamado pelas suas propriedades únicas durante a segunda metade do século XX, a revolução dos plásticos de uso único, a adição de chumbo à gasolina, o uso do “DDT”, entre milhares de produtos e serviços, foram grandes e catastróficas inovações.

Estamos numa época fantástica relativamente à proliferação de soluções de teor tecnológico, desafiante para as empresas porque o que hoje pode parecer inovador num ápice será ultrapassado por nova plataforma, nova funcionalidade, novo modelo, novo “bot”, nova capacidade.

Acabou o tempo em que olhávamos para determinados suportes tecnológicos como sendo os que teríamos nos anos vindouros.

Assinaturas, eletrónicas, digitalização de documentos, são ferramentas do passado quando confrontadas com biometria avançada, “tokens” de identidade, contratos inteligentes ou automação robótica de processos.

Temos “a sorte” de todo este setor ter grande capacidade para atrair fornecedores, sejam ferramentas inovadoras em sistemas, em tecnologia ou em comunicação, temos o privilégio de poder escolher, escolher soluções, quaisquer soluções que venham aumentar a nossa capacidade competitiva, a nossa eficácia o nosso serviço aos clientes. Tal como não escolher soluções que têm legitimamente a ambição de captar funções e serviços da generalidade das empresas imobiliárias.

Entre estes excelentes desafios, destaca-se, mais do que nunca, a necessidade de termos plena consciência de que este setor produz algo de valor crescente, um aspeto que todos devemos saber reconhecer e valorizar.

Os nossos dados. Os dados imobiliários. Todo o setor investe para os conseguir.

Aquela determinada angariação foi resultado de investimento, tempo, conhecimento e muita dedicação. A análise da documentação foi necessária e teve custos. A identificação do preço de venda foi resultado de um processo que teve custos. A recolha de informações, plantas, imagens, vídeos, foi um investimento necessário para poder com segurança, transparência e eficácia divulgar aquela casa.

Os dados, esses dados que são resultado do “meu” trabalho, do “meu” investimento e são “meus”. Tal como os dados que “vou” ter até à venda da casa. São “meus” e são preciosos, muita atenção ao que é feito com eles.