Paulo Caiado
Paulo Caiado
Presidente da Direção Nacional da APEMIP

A diversidade do setor imobiliário

10/11/2021

Acontece que as nossas experiências e vivências pessoais nem sempre são a expressão do todo. São principalmente aquilo percecionamos e que naturalmente associamos ao meio em que nos encontramos, achando que o todo não deverá ser muito diferente.

Muitos profissionais associados à atividade imobiliária têm a ideia – frequentemente errada mas compreensível – de que o setor não é muito diferente daquilo que conhecem. No entanto, habitualmente o que acontece é que as experiências e juízos de valor de cada um não são forçosamente o espelho da realidade na sua perspetiva mais ampla.

No que diz respeito ao setor imobiliário, a realidade é que a diversidade não poderia ser mais evidente. Não é simplesmente algo interessante de afirmar. É um facto.

Ao longo dos anos, a diversidade tem estado presente na atividade imobiliária em múltiplos níveis. Desde logo, no tipo de negócios a que as empresas se dedicam. Neste sentido, hoje encontramos imobiliárias totalmente dedicadas ao setor de luxo, outras ao setor residencial, ao setor comercial, algumas especializadas em empreendimentos novos, empresas com elevado domínio de especialização em clientes estrangeiros, imobiliárias dedicadas ao mercado de arrendamentos e também imobiliárias que trabalham exclusivamente com clientes compradores, imobiliárias dedicadas a imóveis da banca, imobiliárias multifacetadas, etc.

E é também curioso que existe uma enorme diversidade nos modelos operacionais.

Neste sentido, há redes imobiliárias que são resultado da expansão de marcas internacionais. Há também redes que foram desenvolvidas com origem nacional e que agregam diversos operadores. Encontramos imobiliárias com dezenas de agências. Existem também imobiliárias pequenas com o seu modelo de negócio alavancado em domínios tecnológicos. Há empresas onde os agentes imobiliários são remunerados com um salário muito significativo, associado a uma pequena participação nas comissões imobiliárias. Outras em que os agentes são remunerados com um baixo salário e uma comissão mais significativa. Por outro lado, existem imobiliárias onde a generalidade dos agentes não tem qualquer vencimento, mas a troco disso têm uma elevada comissão imobiliária e ainda algumas em que os agentes imobiliários têm a quase totalidade da comissão imobiliária a troco de um “fee” mensal. Portanto, é muito grande a proliferação de diferentes modelos.

O interessante da diversidade – desde que se tenha consciência da sua existência – é que permite conhecer histórias, experiências e resultados de distintos modelos. Há por isso espaço para a análise e integração dos modelos com que cada profissional mais se identifica. Além disso, temos os clientes, atualmente confrontados com esta enorme diversidade, a fazerem as suas escolhas alinhadas com as suas preferências.