Paulo Caiado
Paulo Caiado
Presidente da Direção Nacional da APEMIP

Imobiliário, o mercado e o setor

16/02/2022

É expetável que continuemos a assistir ao crescimento da cadência de venda e compra de ativos imobiliários. Este crescimento confronta todo o setor com mais e maior responsabilidade, nomeadamente quando confrontados com os números que revelam existirem cada vez mais pessoas a recorrerem aos serviços da Mediação Imobiliária em Portugal.

Se, por um lado, urge a tão desejada legislação que todos esperamos que traga maior nível de profissionalização e regulamentação no acesso e desenvolvimento da atividade, por outro lado, a competitividade entre operadores, aliada à cada vez maior exigência das pessoas, tem apesar de tudo contribuído para uma excelente capacidade de resposta. Também esta responsável pelo crescimento da procura de serviços imobiliários.

Em atividade estarão atualmente mais de 7.000 empresas, caraterizadas por grande heterogeneidade e cobertura nacional.

A cobertura nacional, que muito mais que mera presença na generalidade das cidades e vilas portuguesas, tem associada domínios específicos de conhecimento de mercado, de costumes, de pessoas, de processos, fatores indispensáveis à superação das expectativas dos clientes.

Portugal não é só Lisboa e Porto. A relevância da cobertura nacional irá acentuar-se este ano em que assistimos a novos e significativos fluxos de procura a competirem com os principais centros urbanos. Estamos a assistir ao interesse de muitos promotores em redirecionarem os seus investimentos para novos produtos imobiliários – alternativos às principais cidades – e também o interesse de proprietários que podem conhecer novas dinâmicas de procura pelos seus imóveis.

Acresce ainda que, mesmo tendo sido surpreendente a atividade imobiliária em 2021, é também um facto que diversas regiões de Portugal (em particular o Algarve) que têm elevada dependência dos fluxos turísticos, terão finalmente “espaço” para recuperar todo o vigor e dinâmica económica – tão necessária às pessoas, às famílias, às empresas e ao imobiliário.

Se há ameaças? Claro que sim, muitas.

Falta de oferta, Inflação, juros, escassez de mão de obra, ciberataques, guerras, pandemias, concorrência desleal, ausência de cooperação, falta de legislação adequada ao setor, etc.

Não são novas. Pelo contrário, são ameaças de idade avançada e capacidade reprodutiva.

Importa conhecê-las e superá-las. O setor saberá corresponder e superar as expectativas de todos.