De facto, este será um dia especialmente importante para a generalidade dos operadores imobiliários, numa altura em que a atividade da mediação imobiliária tem sido marcada por inúmeros desafios:
- A ausência de legislação que deveria determinar maior rigor e exigência para o exercício da atividade;
- O constante surgimento de novos modelos de negócio assentes ora em perspetivas tecnológicas ora em pseudo ideias capazes de revolucionar todo um setor;
- A preponderância que algumas plataformas tecnológicas têm vindo tentar conquistar;
E este evento ganha particular relevância se tivermos em conta que falamos de uma atividade, felizmente, marcada por grande diversidade em múltiplos domínios, nomeadamente, consultoras internacionais, marcas de redes internacionais, marcas de redes nacionais e inúmeras empresas de diversas dimensões e particularidades.
Para termos uma ideia da sua expressão, atualmente, em Portugal estão atribuídas mais de 8.000 licenças AMI e há a estimativa de que tenham atividade regular cerca de 6.500 empresas. Destas, pouco menos de 1.000 estão ligadas a marcas e redes imobiliárias, sendo que a sua grande maioria (cerca de 5.500), pequenas e médias empresas atuam de modo totalmente autónomo e independente. E existe ainda a particularidade de 15% das imobiliárias (as tais cerca de 1.000 ligadas a redes imobiliárias) concentrarem cerca de 50% dos agentes imobiliários em atividade, estando os restantes 50% distribuídos por cerca de 85% das imobiliárias autónomas, estas últimas com níveis de produtividade média muito relevantes.
O nível de competitividade é muito elevado, o que tem conduzido a que, mesmo na ausência de legislação que possa determinar requisitos mínimos de preparação para todos os que estão nesta atividade, os mediadores e agentes imobiliários tenham demonstrado fantástico interesse em estarem constantemente preparados, conscientes que estão da exigência imparável da generalidade dos seus clientes.
Há cada vez mais pessoas a recorrer à mediação imobiliária porque, por um lado, há cada vez mais consciência dos riscos e disfuncionalidades quando dois particulares fazem um negócio imobiliário, por outro, o nível de satisfação no desempenho da mediação imobiliária é cada vez mais relevante e reconhecido.
A par da evolução está a particularidade de, sendo esta uma atividade obviamente caracterizada por livre concorrência, ser cada vez mais frequente as empresas partilharem entre si negócios imobiliários.
Cada vez mais, quando os clientes escolhem uma imobiliária ou um agente para os acompanhar na compra ou na venda de um imóvel, as empresas têm de ser capazes de proporcionar a melhor solução. O que significa identificar a melhor solução para o meu cliente independentemente de onde esta se encontra, tal como quando quem quer vender escolhe o seu interlocutor, irá cada vez mais fazê-lo com a expectativa de que este seja capaz de lhe proporcionar o melhor negócio.
Claro que com espaço para que cada um encontre o seu lugar de diferenciação, de singularidade, respeitando com rigor os princípios éticos indispensáveis ao reconhecimento da atividade imobiliária.
O Portal CasaYes qua a APEMIP acaba de lançar vai procurar ser mais do que um portal de pesquisa imobiliária, sendo o Portal da Mediação Imobiliária, e irá procurar ser um símbolo de confiança de rigor e de boas práticas comum a todas as empresas presentes.
Numa altura em que as imobiliárias precisam de se focar na sua proximidade relacional, indispensável ao progresso da atividade, no próximo dia 4 de julho, o ponto de encontro é no Imocionate, no Centro Cultural de Belém em Lisboa. É lá que vamos discutir o futuro da mediação imobiliária.