Rita Bastos
Rita Bastos
Diretora de Marketing da Saint-Gobain Portugal S.A. – ISOVER, Placo® e Weber

O impacto de um edifício ao longo de toda a cadeia de valor

14/12/2021

No contexto imobiliário, isto é igualmente verdade, sendo que temos como foco a criação, construção, utilização e manutenção dos edifícios. É uma área para a qual devemos olhar com particular foco, uma vez setor da construção representa 39% das emissões de CO2 em todo o mundo: ¾ na fase de utilização dos edifícios (através do aquecimento, energia, etc.) e ¼ pelos materiais de construção utilizados. A construção é responsável pelo consumo de 40% das matérias-primas à escala global, sendo que sabemos que os recursos naturais não são utilizados de maneira eficiente e que cerca de 40% dos resíduos sólidos urbanos são remanescentes de construções e demolições. Sabemos também que envolvente de um edifício pode registar perdas de energia até 40%, se não foi desenhado de forma eficiente. Assim, se olharmos para o contexto do mercado imobiliário, devemos ter a consciência do impacto de um edifício ao longo de toda a cadeia de valor, desde o design, aos materiais utilizados, a construção e a manutenção. Neste sentido, listo algumas daquelas que são as prioridades:

      • Design e arquitetura consciente, através da conceção de edifícios energeticamente eficientes, saudáveis e confortáveis (a nível térmico, acústico, visual e no que diz respeito à qualidade do ar interior)
      • Digitalização do sector, nomeadamente através da utilização do BIM, que tem vantagens para toda a cadeia de valor, desde a criação à manutenção do edifício; a visão integral do projeto, ainda antes da sua conceção permite a redução e controlo de custos, o aumento de produtividade e a redução do impacto ambiental
      • Produtos e sistemas mais sustentáveis, que se tornarão realidade através da através de matérias-primas provenientes de economia circular, sinergias industriais e novas formas de construir;
      • Construção leve e sustentável, que responde aos desafios de descarbonização (ganhos de tempo e produtividade) e da escassez de recursos (redução de até 50% no uso de matérias-primas vs. métodos de construção tradicionais), e traz benefícios de bem-estar e conforto para quem constrói e para os utilizadores do espaço.