Paulo Caiado
Paulo Caiado
Presidente da Direção Nacional da APEMIP

Inteligência Artificial: uma questão de responsabilidade

09/12/2021

A transição digital das empresas é uma realidade, principalmente num contexto pós-pandémico, que desencadeou o surgimento de novas necessidades e soluções. Aqueles que não acompanham estas tendências acabam por ficar em desvantagem.

Em relação ao setor imobiliário, é certo que estamos perante uma atividade dinâmica, complexa e competitiva, onde a eficiência e eficácia são componentes essenciais. Neste âmbito, o potencial tecnológico pode garantir ferramentas que nos permitam atuar com maior rapidez.

Na sequência da implementação de procedimentos digitais e da proliferação de negócios ligados a este meio, o surgimento das proptechs é normal e expectável. No entanto, modelos de negócio demasiado robóticos podem representar um obstáculo para o setor. Afinal, com as vantagens da tecnologia podem surgir riscos.

É certo que a inteligência artificial pode ajudar a impulsionar a economia, mas deve ser utilizada nos negócios de forma responsável. Não é sustentável para a mediação imobiliária modelos de negócio demasiado automatizados e que substituam as pessoas. É preciso aliar o uso de inovadoras ferramentas tecnológicas com o fator humano, principalmente através da aposta na interdisciplinaridade, formação e diversidade das pessoas.

A cooperação e participação na procura de soluções são essenciais para que a mediação imobiliária continue a manter a credibilidade e relevância que conseguiu até hoje.

É altura de olharmos para a inteligência artificial de forma responsável, de modo a não gerar riscos reputacionais e económicos, problemas éticos e, sobretudo, preservar o fator humano.