Bruno Veloso
Bruno Veloso
Vice-Presidente da ADENE

A Lebre e a Tartaruga na corrida da sustentabilidade

31/05/2023

Painéis solares brilhavam nos telhados, turbinas eólicas giravam graciosamente no alto das montanhas e centrais hidroelétricas sussurravam com vitalidade. A determinação da Lebre era alimentada pela promessa de energia limpa e abundante que ia reduzir as emissões de carbono e combater as mudanças climáticas.

Por outro lado, a Tartaruga, representante das energias fósseis, movia-se em um ritmo mais sombrio. Ela dependia dos retrógrados reservatórios de carvão, petróleo e gás natural para gerar energia. Embora mais lenta em sua progressão, a Tartaruga era, há muito, a força dominante na produção de energia mundial. A Tartaruga construiu vastas infraestruturas de energia, oleodutos e refinarias, fornecendo energia para todas as nações por décadas.

À medida que a corrida se desenrolava, tornou-se evidente que a lebre possuía maiores vantagens. As suas fontes de energia renovável eram ilimitadas e sustentáveis, tornando-se uma alternativa mais atraente aos combustíveis fósseis poluentes e finitos da Tartaruga. Governos, cientistas e ativistas se uniram no apoio à Lebre, percebendo a urgência da transição para sistemas de energia mais limpos.

No entanto, a Tartaruga permaneceu firme. Ela destacou sua confiabilidade, argumentando que poderia fornecer energia consistente, dia e noite, sem depender dos padrões climáticos intermitentes da Lebre. A Tartaruga lembrou que a sua infraestrutura e “expertise” estavam profundamente enraizados na economia global, tornando qualquer transição, difícil, dispendiosa e complexa.

Com o tempo, cientes de que esta corrida, era afinal uma longa maratona, a Lebre e a Tartaruga começaram a colaborar, reconhecendo que uma abordagem equilibrada era necessária para um futuro mais sustentável. Elas trabalharam juntas para no desenvolvimento de tecnologias avançadas, como a captura e armazenamento de carbono, de modo a reduzir as emissões de combustíveis fósseis.

A Tartaruga, vendo que a Lebre estava a ganhar terreno, apostou também em investimentos em energia renovável, integrando parques solares e eólicos no seu portfólio. À medida que a linha de chegada se aproximava, era notório que os verdadeiros vencedores eram aqueles que beneficiavam desta colaboração. As comunidades tiveram acesso a um ar mais limpo, a novas oportunidades de trabalho e a maior independência energética. O próprio planeta se alegrou quando as emissões de carbono diminuíram, os ecossistemas floresceram e os impactos das mudanças climáticas foram mitigados.

No final desta maratona, a Lebre e a Tartaruga mostraram que o caminho para um futuro energético sustentável exigia velocidade e resistência. As energias renováveis avançaram, trazendo mudanças transformadoras, enquanto as energias fósseis adotaram práticas mais limpas. Juntas, Lebre e Tartaruga formaram um novo cenário energético, onde o meio ambiente e o bem-estar humano foram priorizados.

E assim, a história da Lebre da energia renovável e da Tartaruga da energia fóssil serve de lição de que, combinando pontos fortes e adotando a inovação, podemos superar os desafios do passado e criar um futuro onde a energia limpa, confiável e sustentável é acessível a todos.