Os seus Presidentes, Carlos Moedas e Rui Moreira, estão de parabéns. “Chapeau”, como se diria em terras francesas!
É esta atitude de benéfica e estimulante “coopetição” (isto é, a junção das palavras cooperação e competição, expressão que muito se ouviu em Cannes por aqueles dias em jeito de parabenização dos muitos profissionais do sector imobiliário que assistiam contentes a esta manifestação ímpar dos Presidentes das principais câmaras do País) que muita falta faz a este Portugal das “capelinhas”, da inveja, dos “egos” e “umbigos” de cada um e das visões curtas e tacanhas. Bem hajam os que, neste mipim, demonstraram ser diferentes e pensar diferente.
Pois bem, quem segue esta minha coluna de opinião há já alguns anos, habituou-se mais a ler uma voz crítica e dura às nossas câmaras municipais, principalmente por causa do tema dos atrasos dos licenciamentos, mas quando há que dizer bem e dar os parabéns, também o devemos fazer e principalmente não devemos ter medo de o fazer e devemos fazê-lo da mesma forma, alto e bom som.
É, pois assim, de louvar esta atitude de Moedas e Moreira, bem como dos seus executivos camarários que os acompanharam, como Joana Castro e Almeida por parte de Lisboa e Ricardo Valente e Pedro Baganha por parte do Porto e ainda as respectivas entidade municipais de captação de investimento como a InvestLisboa e a InvestPorto, por nos terem dado a oportunidade de pensar mais além, de promovermos condignamente as nossas cidades e o nosso País e acima de tudo por nos fazerem sonhar que Portugal pode e consegue fazer mais e melhor.
Diria que esta foi das representações de Portugal e do sector imobiliário nacional no mipim mais forte de há muito tempo a esta parte. Não só porque ficou registada pela maior afluência de portugueses, mas porque, de facto, a presença das instituições portuguesas se fez sentir de forma muito condigna, o que só nos prestigia como destino de investimento internacional.
É ainda de louvar a forte presença de Vila Nova de Gaia e dos seus representantes autárquicos, nomeadamente através da Gaiurb, ou ainda do Município do Fundão e de Vila Franca de Xira, cujos representantes destas últimas, com uma visão mais ampla que a dos seus congéneres de outras câmaras do interior do País, ousaram, saíram da sua zona de conforto e foram procurar posicionar-se junto do mercado internacional, bem como aprender com outras realidades. Fizeram o que falta a muitos, ganhar e “ter mundo”, aprender com o que se faz lá fora… Também a estes “chapeau”!
Foi ainda uma honra para a APPII poder juntar, no cocktail de Portugal que organizou no Porto de Cannes e por ocasião do mipim, todos estes representantes autárquicos e os quase 300 profissionais portugueses que acorreram àquela cidade naqueles dias. Foi, de facto, um acto singular que a Associação proporcionou aos seus associados, parceiros e amigos ao ter conseguido juntar os dois Presidentes de Câmara das principais cidades do País, Lisboa e Porto, num único momento, para jubilo de todos quanto tiveram a oportunidade de estar no mipim e presenciar esta efeméride. Fica, certamente, gravado na memória de todos por muitos anos.
Esperemos que este momento de salutar e benéfica cooperação entre as duas principais cidades de Portugal, concorrentes entre si é certo e ainda bem, mas certamente com muito mais em comum para mostrar a todos os investidores imobiliários internacionais que se interessam por Portugal, tenha sido o primeiro passo de muitos dados em conjunto, em prol do País, da imagem de Portugal lá fora e da captação de investimento estrangeiro, que em momentos de recuperação económica como aquele em que nos encontramos e de anos muito desafiantes que temos pela frente, bem falta continuam a fazer.
Sei e estou convencido pelas conversas que mantive que este ano foi só um “abrir de porta”. 2023 promete! Também nós e a APPII lá estará, mais forte que nunca, ao largo de 32 anos de presença ininterrupta no mipim.