Paulo Caiado
Paulo Caiado
Presidente da Direção Nacional da APEMIP

A Mediação Imobiliária

16/03/2022

São muitos os aspetos positivos, clarificadores e de responsabilização que esta lei trouxe a todo o setor. No entanto, nove anos depois, principalmente em tempos caracterizados por significativas mudanças em múltiplos aspetos da nossa sociedade, torna-se urgente, para a generalidade das pessoas e do setor, a adequação desta legislação à realidade e desafios com que todos estamos confrontados.

O acesso a esta atividade tem de ser sujeito a novas regras de escrutínio, com o objetivo de assegurar que todos os cidadãos que recorrem a serviços de Mediação Imobiliária tenham, pelo menos, a perspetiva de terem interlocutores que foram sujeitos a etapas de exigência, conhecimento e rigor que possam contribuir na elevação de todo o prestígio do setor.

A ideia que existe em muitos “cantos” da nossa sociedade que quem não tem nada para fazer vai vender casas, mesmo não passando de uma possibilidade teórica – uma vez que só o fazem de modo consistente e relevante aqueles que reúnem conhecimento e recursos para tal – não deveria existir enquanto ideia de facilidade numa atividade onde não há qualquer tipo de exigência formal relevante.

É claro que as empresas, marcas, organizações que concorrem entre si têm minimamente presente o facto de que os clientes são aqueles que reconhecem e “marcam” o ritmo do seu desempenho, da sua notoriedade e do seu crescimento.

A formação, a preparação das suas pessoas, a capacidade de cooperação e a incorporação de recursos tecnológicos são cada vez mais o “bilhete de entrada” na atividade.

O setor, com toda a sua heterogeneidade, tem sido caracterizado por elevada concorrência e competitividade, determinada por significativas diferenças nos seus modelos comercias e operacionais, elevando a oferta e respetivas escolhas pelos clientes.

Mas é também um facto que temos uma entidade reguladora e de tutela cujo objetivo é em tudo idêntico aqueles que são os atuais objetivos das empresas: mais transparência, mais exigência, mais credibilidade e mais responsabilidade.

Finalmente, todos ansiamos pela legislação que seguramente será adequada às expectativas do setor, da tutela, dos clientes e das pessoas.