Na nossa sociedade, a venda de um imóvel gera liquidez. Previsivelmente, o que muitas pessoas fazem é usar essa liquidez para comprar outro imóvel ou dar como entrada na aquisição de uma casa.
As vendas de imóveis são indissociáveis de eventos sociais como a morte, o nascimento, o casamento, a separação, etc. Estas situações são, de facto, grandes impulsionadoras das transações imobiliárias.
Quando uma pessoa de idade morre, os descendentes herdam os seus bens e os seus ativos imobiliários quando existem. Em seguida, o que acontece é que os herdeiros vendem esse imóvel e o lucro é usado para investir num qualquer imóvel que corresponda aos seus interesses.
Claro que há muitas pessoas que compram uma casa pela primeira vez na sua vida e há muito mais pessoas que vendem as suas casas para enfrentarem a aquisição de uma nova.
Já todos ouvimos a frase: “está tudo rico”. No entanto, a realidade não é esta. São poucos os cidadãos que têm capital para “ir às compras imobiliárias” e aproveitar o surgimento de determinado imóvel ou o facto de as taxas de juro estarem baixas. Aqueles que podem fazer isto representam uma significativa minoria.
Há uma tendência para identificar possíveis oscilações do mercado com fatores como a pandemia, o fim das moratórias ou as previsíveis alterações nas taxas de juros. A realidade é que o mercado imobiliário está dependente de um vasto conjunto de fatores económicos e de mercado. No entanto, é principalmente alavancado pela cadeia de transações imobiliárias que não é travada pelo cariz instável desses fatores.
Quando se quer analisar verdadeiramente o mercado de aquisição – sejam habitações novas ou usadas – é interessante não esquecer que este é maioritariamente resultado da venda de outros imóveis.