Paulo Caiado
Paulo Caiado
Presidente da Direção Nacional da APEMIP

Não sei o que fazer, vou vender casas

08/06/2022

De facto, não passa de uma pequena possibilidade numa atividade caracterizada por enorme competitividade entre a generalidade dos operadores. O nível de competitividade tem como consequência direta a implementação das melhores práticas – algo que não é ambíguo. Pelo contrário: tem significado claro e óbvio.

Os Agentes imobiliários têm de ser conhecedores exímios do mercado onde atuam, têm de ter fontes de informação absolutamente diferenciadas, têm de ter eficiente suporte administrativo, precisam de uma definida e eficaz estratégia de marketing, é essencial terem um eficaz suporte jurídico, têm de ter invulgar capacidade comunicacional e conteúdos comunicacionais de elevado interesse, de modo a poderem sistematizar a sua comunicação.

Além disso, têm igualmente de ter recursos competitivos na área da fotografia, do vídeo, da certificação energética, das soluções financeiras, da intervenção urbana, do “homestaging”, etc. Devem também ter elevados níveis de cooperação com diferentes e distintos operadores imobiliários.

E, cada vez mais, os clientes sabem de tudo isto, porque são permanentemente confrontados com excelentes experiências, que deixam as pessoas à sua volta conhecedoras do que ocorreu e como ocorreu.

O nível de exigência dos clientes vai aumentando à medida que os prestadores de serviços vão inovando, surpreendendo e melhorando o seu desempenho. Esta competitividade não vai abrandar e não tem relação direta com o mercado.

A ideia de que quando o mercado está mais ativo, a atividade dos Agentes imobiliários corre melhor, e quando o mercado se torna menos pulsante a atividade fica mais difícil, é uma ideia compreensível, mas tosca.

O mercado não tem sentimentos. Não é generoso quando está em alta, distribuindo transações por todos os operadores, nem é castigador penalizando todos quando as coisas correm menos bem. O mercado é caracterizado por competitividade e, atualmente, cada vez mais os clientes têm consciência desse facto.

Hoje, qualquer cidadão Português, quando confrontado com uma necessidade imobiliária, estala os dedos e está rodeado de soluções.

Tem amigos no Facebook ou no Instagram que são Agentes imobiliários, tem um familiar que trabalha no ramo, todas as semanas recebe emails de determinadas imobiliárias, por vezes tem papéis na caixa do correio da imobiliária “x” e costuma tomar café num local onde há sempre um expositor com cartõezinhos de um Agente imobiliário.

Na altura da escolha, o que fará? Seguramente vai optar pela solução em que mais confiar, em que mais reconhecer perspetiva de eficácia na solução para aquilo que precisa.

Numa altura em que está a aumentar com grande significado o recurso à Mediação Imobiliária, o nível de exigência também vai aumentar.

Não sei o que fazer, vou vender casas... A possibilidade existe, mas disso não passa.