Paulo Caiado
Paulo Caiado
Presidente da Direção Nacional da APEMIP

Os novos manómetros do mercado imobiliário

14/06/2023

Numa entrevista à agência Lusa a semana passada, a ministra da Habitação, Marina Gonçalves, expôs algumas considerações muito relevantes sobre esta matéria, começando por assumir que resolver a habitação será um processo longo, de décadas, e sobre o qual todos os governantes devem ser responsabilizados pelo que não foi feito até então.

Apesar destes considerandos, nesta entrevista, o Governo dá-nos, como tanto ambicionávamos, metas e dados concretos para os próximos meses. Por exemplo, que o Estado deverá assinar 300 contratos ainda este ano para subarrendar casas a preços acessíveis, sendo que a concretização dos primeiros protocolos e contratos deverá acontecer já em junho.

Significa, portanto, que a oferta nacional neste âmbito específico deverá ser incrementada em 300 unidades.

Já o Alojamento Local, que segundo o Governo, conta hoje com cerca de 70 mil apartamentos nesta modalidade, deverá ser uma fonte de reforço para a falta de casas e “quantas mais”, “melhor”, frisou a ministra. Ainda de acordo com o Governo, é preciso uma política universal para responder à crise da habitação.

Significa que iremos aguardar para saber quantas serão as unidades que poderão vir a incrementar a oferta, sabendo desde já que quantas mais melhor.

Todos os indicadores vão, a partir de agora, funcionar como verdadeiros “manómetros” dos resultados que serão concretizados com as medidas do pacote “Mais Habitação”.

Igualmente iremos ver que redução de preço terão as casas de valor superior a meio milhão de euros, na sequência do fim dos Vistos Gold.

Serão vários os “Novos Manómetros” que estarão sob observação, e que deverão consubstanciar-se em números de casas e respetivos custos.

Saudamos a frontalidade do Governo sobre estes temas, mas a verdade é que, com a transparência, vem também uma grande responsabilidade. Todos estaremos cá para ver.