Manuel Reis Campos
Manuel Reis Campos
Presidente da AICCOPN e da CPCI

O País não pára. O futuro não se adia.

15/04/2020

Mais do que nunca, é importante prestar um tributo a todos aqueles que, no Setor da Construção e do Imobiliário, continuam incansavelmente a desenvolver a sua atividade e a assegurar que o País não pára e, correspondendo ao apelo que foi feito, já que, recordo, o Estado de Emergência não previu a suspensão das obras, continuam a assegurar a construção das infraestruturas necessárias, o funcionamento dos nossos edifícios, tarefa especialmente crítica nos hospitais e nas estruturas temporárias que estão a ser criadas, a manutenção das redes de água, de eletricidade, de saneamento e de comunicação, bem como a possibilidade de mantermos as nossas casas seguras e saudáveis.

Devemos saudar aqueles que, em obras grandes ou pequenas, nas obras públicas e na construção nova ou na reabilitação, reparação e manutenção, na produção e distribuição de materiais ou na prestação dos mais diversos serviços, como a gestão de condomínios, a mediação imobiliária, entre tantos outros, se tem revelado à altura de dificuldades que, até à bem pouco tempo atrás, estávamos longe de imaginar.

Esta justa homenagem tem, também, de ser estendida a todos aqueles, empresários e trabalhadores que, por força das atuais circunstâncias, estão em casa, impossibilitados de desenvolver a sua atividade, mas, de igual modo, estão a dar o seu contributo e não podem ser esquecidos.

Portugal precisa de todo o nosso apoio e o Setor da Construção e do Imobiliário está a responder a este desígnio. Para a grande maioria das empresas e dos seus trabalhadores, não é possível trabalhar a partir de casa pelo que, as exigências são muito grandes e tudo deve ser feito para garantir a segurança dos trabalhadores. Essa tem sido uma importante linha de ação das Associações, que estão a articular com o Governo soluções que permitam manter a atividade, respeitando todas as orientações das autoridades de saúde.

Porém, como temos defendido, são necessárias mais medidas específicas, orientadas para o Setor e é positivo que, finalmente, a Construção e Imobiliário tenham sido incluídas nas linhas de crédito de apoio às empresas, tal como pugnamos. Esperamos, em breve, ter mais apoios concretos à disposição das empresas porque este é um esforço que tem de ser partilhado.

A redução do volume de negócios é uma realidade e a crise será, evidentemente, profunda e transversal a toda a economia. Mas, criar condições para a retoma terá de ser, desde já, uma prioridade e este Setor, a exemplo do que se passa em todo o Mundo, será decisivo. Para isso, Portugal não pode perder tempo e, em matéria de investimento público, precisa de tirar partido de todos os instrumentos disponíveis, em especial os fundos comunitários e, naturalmente, não pode estar mais sujeito a agendas e querelas políticas que apenas geram indecisões e adiamentos de investimentos que são imprescindíveis. No plano do investimento privado, a confiança e a segurança dos investidores, bem como a competitividade internacional do País têm de ser assegurados e mantidos, sob pena de perdermos um posicionamento à escala global que foi obtido com grande esforço.

Uma vez mais, deixo o meu obrigado a todo o Setor da Construção e do Imobiliário e ao seu valioso contributo para a resiliência do nosso País. O esforço de empresários e dos mais de 600 mil trabalhadores desta atividade é essencial hoje, e será imprescindível amanhã, quando, finalmente, esta tempestade se começar a dissipar.