Manuel Reis Campos
Manuel Reis Campos
Presidente da CPCI e da AICCOPN

Portugal também tem de “Investir para a Próxima Geração”

03/06/2020

A proposta de reforço do Orçamento Europeu e, sobretudo, o novo instrumento para a recuperação da crise gerada pela pandemia, denominado “Next Generation EU”, através do qual se pretendem alocar 750 mil milhões de euros aos países mais afetados pelo COVID-19, marcam o início de um novo ciclo para a União.

Mais do que os valores apresentados ou as garantias de solidariedade por parte das instituições europeias, o que está a ser delineado é um novo percurso em que todos os países europeus, independentemente das suas condições de partida, deverão ter uma oportunidade para ultrapassar esta disrupção económica sem precedentes e progredir para um futuro mais competitivo e sustentável. E, como tenho afirmado, Portugal não pode ficar à margem da restante Europa.

A própria Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirma perentoriamente que “o plano de recuperação transforma o imenso desafio que enfrentamos numa oportunidade para, não apenas apoiar a recuperação mas, também, investir no nosso futuro”, destacando a importância do “Plano Europeu para o Ambiente” e da digitalização. É nossa obrigação maximizar estes instrumentos e recursos para assegurar que Portugal consegue emergir desta crise mais forte e competitivo.

Os sucessivos Governos e os diferentes partidos políticos foram, ao longo do tempo, identificando as necessidades do País em matéria de competitividade, de coesão social e territorial, de transformação para uma sociedade mais digital e mais sustentável. Pois, é chegado o momento de concretizar os investimentos que estão identificados como necessários e alinhar a prioridade imediata que é reativar a economia, colocando o investimento público e privado na linha da frente deste objetivo, com a prioridade estratégica que é construir um modelo de desenvolvimento mais sustentável, inclusivo e competitivo.

“Next Generation EU” ou “Investir para a Nova Geração”, é a linha de atuação da Comissão Europeia que tem de ser assumido por toda a sociedade portuguesa como um verdadeiro apelo à ação. Não basta aprovar estes mecanismos, é necessário tirar partido da oportunidade que os mesmos representam e, de forma responsável e coerente, saber defender os legítimos interesses de Portugal na Europa. Preparar a resposta da economia portuguesa, definir uma estratégia que permita canalizar os fundos europeus para o investimento estruturante, é uma tarefa que deve mobilizar toda a sociedade. O Setor da Construção e do Imobiliário está preparado para dar o seu contributo e assegurar que o investimento público e privado, uma vez mais, irá sustentar o desenvolvimento do nosso País.