Quanto aos “fenómenos” em si, talvez não devam existir grandes dúvidas, principalmente porque já ocorreram, tal como uma tempestade, aquilo que se desconhece são os estragos que pode provocar, quando e se o seu impacto for grande.
É indispensável proteger os mais vulneráveis e para isso o estado tem um papel decisivo, principalmente neste momento em que ainda não são conhecidos os níveis de impacto económico que poderão ter:
- A inflação;
- A subida das taxas de juro;
- A alteração dos programas de compra de dívida soberana;
- A disrupção de algumas cadeias logísticas de fornecimentos globais;
- A indispensável conversão energética.
Como sempre, haverá criatividade, capacidade de adaptação, resistência, resiliência, entre tantas e tantas capacidades fantásticas que todos têm evidenciado ao longo dos tempos.
É certo que também temos:
- Uma bazuca;
- Uma reduzida taxa de desemprego;
- Muitas novas cabeças pensantes;
- Um Pais fantástico e genericamente unido.
De volta à cadência das transações imobiliárias. Eventualmente e felizmente se assim for, esta não irá ser impactada como tantas outras atividades, por motivos simples e práticos.
A vontade, o desejo ou a necessidade de alguém vender uma casa para comprar outra, não vai desaparecer com as taxas de juro ou com a inflação, quando muito poderá significar um “downgrade” para alguns ou um “upgrade” para outros.
Quem decidir comprar e para o fazer necessitar de apoio de um Banco, não irá desistir, poderá quando muito ter de reajustar as suas escolhas a uma nova realidade.
A minoria que tem condições financeiras para por vezes ir às compras imobiliárias, vai continuar a fazê-lo.
Os encantos, a atratividade, as condições que Portugal oferece aos que pensam investir no nosso País, não irão desaparecer com a inflação ou com as taxas de juro.
A cadência irá manter-se. Pessoas que vão querer vender a sua casa para comprar outra. Que irão utilizar o proveito da venda para enfrentarem uma nova aquisição.
Pessoas que irão iniciar o seu projeto de vida e vão procurar comprar uma casa, pessoas que se irão afastar e refazer as suas vidas, pessoas que irão herdar uma casa e algo terão de fazer…
Pessoas que vão querer viver fora dos centros urbanos porque a vida se tornou muito cara, outras que finalmente vão viver o sonho de viver na capital da Freguesia, do Concelho do Distrito do País.
E lá no mercado, que mais não é do que o reflexo da vontade das pessoas, teremos escassa oferta, significativos fluxos de procura e preços que para já, chamaria de consistentes.