Paulo Caiado
Paulo Caiado
Presidente da Direção Nacional da APEMIP

O PRR deve ser utilizado numa perspetiva de continuidade

09/03/2022

Mais do que nunca é urgente que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) esteja principalmente focado na capacidade de gerar riqueza, muito mais do que colmatar carências financeiras ou criar empresas de viabilidade questionável.

Se o PRR for utilizado para criar postos de trabalho sem perspetivas de continuidade ou para criar estruturas que não têm rentabilidade, a sua aplicabilidade poderá ver-se reduzida. Precisa de ter objetivos a longo-prazo para garantir a continuidade do funcionamento das empresas.

No que diz respeito ao imobiliário, a grande dificuldade no acesso a habitação resulta da falta de oferta imobiliária e da disparidade entre oferta e procura, que pode ser colmatada, nomeadamente, através da edificação de novos fogos.

E, neste sentido, o crescente custo das matérias-primas necessárias para a construção, a par da falta de mão-de-obra, é um dos principais entraves. Este cenário – somado a antigos problemas no âmbito da construção em Portugal – poderá revelar-se com alguma dificuldade acrescida agora, devido à invasão da Ucrânia e por ainda nos encontrarmos a lidar com as consequências geradas pela pandemia.

Os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) devem apoiar o investimento público e ser adequados ao atual contexto do mundo.

É critico não só para os governantes, como também para a sociedade, serem capazes de canalizar as principais verbas deste instrumento estratégico para os domínios que podem, de facto, aumentar a nossa produtividade e simultaneamente reduzir a nossa dependência externa.

Precisamos de empresas competitivas e com melhor desempenho e temos imenso potencial para isso, saibamos nós aproveitá-lo.