Neste contexto, a definição do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), de Portugal, está centrado em três grandes eixos, os quais têm como objetivo a recuperação da economia portuguesa, a construção de um futuro mais resiliente e sustentável e a convergência, durante a próxima década, com a Europa.
No que respeita ao eixo ‘Resiliência’, o objetivo é preparar a sociedade portuguesa para a superação de crises e desafios estruturantes e construir uma economia competitiva, sustentável e inclusiva. No eixo da ‘Transição Climática’ existe uma aposta no aumento do conforto e da eficiência energética dos edifícios, da utilização de energias renováveis e na redução de emissões de CO2. Relativamente ao eixo da ‘Transição Digital’, este deverá preparar e adaptar as competências dos profissionais e empresas para a ‘era digital’. Atendendo a estes objetivos, o PRR será essencial para alcançar diversos objetivos: a recuperação económica; a diminuição das vulnerabilidades sociais (nomeadamente no acesso à Saúde e à Habitação); o aumento da competitividade das empresas; a manutenção do emprego e a melhoria das qualificações dos trabalhadores. Por fim, gostaria de sublinhar o objetivo de combate à denominada ‘pobreza energética’ através da execução de medidas de apoio à reabilitação e ao aumento do conforto térmico dos edifícios portugueses.
Neste âmbito, a prevista atribuição de “vales eficiência”, às famílias mais carenciadas, pode ser uma medida positiva com o objetivo de reduzir a ‘pobreza energética’. No entanto, esta medida terá de ser complementada com soluções de financiamento, com taxas de juro reduzidas, que permitam a execução de obras de melhoria do conforto térmico da envolvente construtiva (isolamentos de paredes e janelas eficientes).
Quanto aos apoios previstos para a substituição de janelas antigas por novas janelas eficientes, através do programa ‘Edifícios Mais Sustentáveis’, do Fundo Ambiental, é necessário aliar uma eficiente gestão do programa com uma eficaz campanha de informação junto da população portuguesa.
Tendo em conta os investimentos previstos para a habitação e para o aumento do conforto e eficiência energética dos edifícios, o PRR dará um grande contributo para que a fileira dos materiais de construção, em geral, e o setor das janelas, portas e fachadas, em particular, assegurem a sustentabilidade e o crescimento da sua atividade durante os próximos anos.
Em suma: o PRR pode abrir uma enorme janela de oportunidade para melhorar o conforto térmico e acústico das habitações portuguesas. O grande desafio que todos temos, enquanto portugueses, será o executar de todas as medidas e programas previstos, aproveitando o melhor possível todos os recursos financeiros disponíveis. Com uma cooperação forte entre todas as entidades públicas e privadas, estaremos todos mais preparados para dar uma forte resposta aos enormes desafios que temos pela frente.