Este é um debate que ainda se encontra em curso e será objeto de negociação com a Comissão Europeia, mas, essencialmente, está focado na procura das melhores soluções e da maximização do impacto deste instrumento na economia, tanto no curto, como no longo prazo. É praticamente consensual o reconhecimento da importância destes recursos europeus e o seu papel para a retoma de uma trajetória de desenvolvimento sustentado
Tal como inscrito no próprio PRR, a inovação e renovação do tecido produtivo e empresarial é uma dimensão essencial para cumprir este objetivo, pelo que estamos, portanto, perante um momento em que, independentemente da configuração final deste Plano, é imperioso assegurar, de imediato, a mobilização de todo o tecido empresarial nacional, e em particular, das empresas da Construção e do Imobiliário, já que a sua participação no esforço de concretização dos investimentos é imprescindível para a maximização dos impactos na economia e no emprego.
Efetivamente, o Setor desempenha um papel fundamental na estratégia europeia para recuperação e resiliência, e é necessário desenvolver, desde já, alguns vetores de intervenção, designadamente associados a fatores como a capacitação das empresas e a capacidade de resposta do sistema de formação profissional e, de igual modo, garantir as condições necessárias para que o País e o seu tecido empresarial nacional possam posicionar-se de forma competitiva perante o exigente ciclo de investimento que se espera ver concretizado ao longo dos próximos anos.
Em simultâneo, é, também, relevante incrementar a capacidade de planear e cumprir uma calendarização dos investimentos estruturantes uma vez que este é um fator determinante para que o investimento privado tenha possibilidade de perspetivar o seu futuro com a segurança que se exige e as empresas nacionais consigam dimensionar-se e capacitar-se, antecipando adequadamente, o volume ou o tipo de obras e a forma como vão ser lançadas e realizadas.
O desafio que constitui recuperar a economia portuguesa e recolocá-la numa trajetória de crescimento e de convergência com a restante Europa exige que o PRR constitua um efetivo instrumento de transformação da economia em direção a modelos de crescimento mais inclusivos e sustentáveis e, por isso, são necessárias empresas mais resilientes, com capacidade produtiva e de inovação.
“Recuperar Portugal, Construindo o Futuro” é o mote inscrito no PRR e que apela a um esforço coletivo. O Setor da Construção e do Imobiliário está preparado para essa resposta. Cabe, agora, ao Governo, assegurar as condições para a sua concretização.